Grupo de investidores entra na Justiça para que Petrobras retome antiga política de preços

Um grupo de investidores pessoas físicas entrou na Justiça contra o fim da política de PPI (preço de paridade internacional) na Petrobras. Foi encaminhado pedido de liminar em caráter de urgência à Justiça Federal de São Paulo para que a estatal revogue a decisão sobre o uso de uma nova metodologia na formulação dos preços do diesel e da gasolina.
A alegação é que, com o novo método, a Petrobras pode deixar de lucrar R$ 62 bilhões, valor atribuído à causa.
Na terça-feira (16), a Petrobras divulgou que não usará mais o PPI, mas informou que vai continuar seguindo a referência internacional do preço do petróleo e derivados, embora sem periodicidade definida.
Para representar os reclamantes, foi escolhido o escritório de advocacia Mortari Bolico, de Porto Alegre (RS), especializado na defesa de investidores pessoas físicas no mercado de capitais. “A ação reivindica que o antigo sistema volte a vigorar, pelo menos até que o governo e a nova direção da Petrobras consigam convencer a sociedade e os formadores de opinião a respeito da segurança institucional e da transparência do novo modelo. A demanda aguarda, para os próximos dias, o despacho da liminar”, explicam, em nota, os advogados e sócios do escritório Adilson Bolico e Rafael Mortari.
O mercado financeiro recebeu bem a mudança, mas admitiu que o sistema de precificação da estatal passa a ser menos transparente. Pelo PPI, o preço é calculado pela variação do preço do petróleo mais o custo de importação, que envolve despesas com fretes e portos.
Temerário para o futuro
Os advogados argumentam haver uma evidente desvinculação entre a política de preços e a matriz de custos, o que é temerário para o futuro da estatal.
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