Relatório da Procuradoria da República no Distrito Federal revela que há indícios de que o ministro do TCU (Tribunal de Contas da União) Augusto Nardes tinha “ciência dos atos ilícitos” e poderia ser o “mentor” das atividades de lobby da Planalto Soluções, empresa investigada na Operação Zelotes.
O documento, produzido em 2011 e obtido pela Folha, afirma que, ao contrário do que o ministro tem dito em sua defesa, ele seguiu atuante na Planalto mesmo depois de ter assumido o cargo no TCU, em 2005.Nardes figurou como sócio da Planalto até maio daquele ano, mas hoje a empresa está registrada em nome de seu sobrinho, Carlos Juliano.
No documento, porém, os procuradores afirmam que os dados colhidos em apuração realizada pela Polícia Federal “trazem a possibilidade – e não mais mera especulação – de que Augusto Nardes se vale da posição de ministro do TCU para praticar condutas que extrapolam os limites das prerrogativas e atribuições do cargo”.
Para os procuradores, o ministro continuou exercendo “ativamente suas prerrogativas de sócio e membro do respectivo Conselho de Administração” da Planalto mesmo após 2005, “inclusive com reuniões periódicas”.