Com a aproximação do desfecho que pode retirar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) formalmente da presidência da Câmara – por cassação ou renúncia – , partidos do chamado “centrão” e o PMDB, maior sigla da Casa, tentam manter o controle da instituição pelos próximos anos. o assunto é destaque na Folha de São Paulo.
A saída de Cunha terá como efeito imediato nova eleição para a presidência da Câmara em um prazo de cinco sessões. O vencedor cumprirá um mandato-tampão até 1º de fevereiro de 2017. Pouco mais de uma dezena de deputados são cotados para o mandato-tampão, a maioria deles do “centrão” (PP, PR, PSD, PTB, PRB e outras siglas menores), que reúne pouco mais de 200 dos 513 deputados.
O “centrão” foi crucial para o afastamento de Dilma Rousseff da Presidência e tem forte ligação com Cunha. O objetivo de integrantes desse grupo é emplacar um nome para o mandato-tampão com o compromisso de apoiar um candidato da estrita confiança de Michel Temer para o biênio 20172018, provavelmente um peemedebista (com bancada de 66 deputados), caso ele continue na Presidência da República.
São cotados para o cargo Rogério Rosso (PSD-DF) e Jovair Arantes (PTB-GO), presidente e relator da comissão do impeachment de Dilma, além de Esperidião Amim (PP-SC), Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), Giacobo (PR-PR) e Beto Mansur (PRBSP), entre outros. A maioria deles têm boa relação com Cunha, que acompanha as conversas à distância e, segundo aliados, tenta emplacar como sucessor um nome de confiança.
O peemedebista foi afastado da Câmara pelo Supremo Tribunal Federal em maio. Seu processo de cassação pode ser concluído no mês que vem. Antes disso, ele pode renunciar ao cargo, o que anteciparia a eleição na Câmara. Deputados que têm ido visitálo na residência oficial da Câmara dizem que ele tem preferência por Rosso ou Arantes. Ambos, porém, dizem não ter interesse no mandato-tampão.