Em compensação, o de Lula vem de Angola (também)

lula_angolaEm abril do ano passado, um funcionário de carreira da Petrobras, com trinta anos de casa, procurou a Polícia Federal oferecendo-se para ajudar nas investigações do petrolão, o maior esquema de corrupção da história do Brasil. Ele narrou seis casos que classificou de “má gestão proposital” – ou seja, negócios feitos com a intenção de produzir propinas.

Cerveró negocia agora um acordo de delação premiada, na tentativa de reduzir a sua pena. As histórias narradas por ele ao Ministério Público já preenchem pelo menos 25 anexos e encerram uma lógica comum: a Diretoria Internacional da Petrobras foi usada de forma sistemática com o objetivo de levantar recursos para campanhas eleitorais – com destaque para a campanha de Lula à reeleição, em 2006. Naquele ano, segundo Cerveró, a Petrobras pagou 300 milhões de dólares ao governo de Luanda pelo direito de explorar um campo petrolífero em águas profundas nas costas de Angola.

Nestor Cerveró, quem diria, um dos engenheiros da “má gestão proposital”, disse ter ouvido de Manuel Domingos Vicente – então presidente do Conselho de Administração da Sonangol, a estatal angolana do petróleo – que até 50 milhões de reais oriundos de propinas produzidas pelo negócio foram mandados de volta para o Brasil com o objetivo de irrigar os cofres da campanha de Lula. Cerveró fez registrar em um dos anexos: “Manoel Vicente foi explícito em afirmar que desses US$ 300 milhões pagos pela Petrobras à Sonangol retornaram ao Brasil como propina para financiamento da campanha presidencial do PT valores entre R$ 40 milhões e R$ 50 milhões”.

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