Quatro anos e seis meses após assumir o Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo (PT) confidenciou a amigos que deseja deixar o governo Dilma Rousseff. Um dos últimos remanescentes do primeiro mandato de Dilma, o ministro já dava sinais de esgotamento desde o fim do ano passado. Ficou no cargo devido à turbulência da Operação Lava Jato.
Mas a situação se agravou com as pressões petistas para que ele deixe a cadeira justamente porque a Lava Jato avança sobre os principais expoentes do partido. A Polícia Federal, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras, é subordinada ao ministro. Procurado, o ministro disse apenas que “permanece no cargo durante o tempo em que a presidente avaliar que devo permanecer”.
Aos mais próximos, Cardozo tem dito estar “de saco cheio” e lembra que todo ministro tem “prazo de validade”. Ele afirma, em conversas reservadas, que há uma “fadiga de material” ao lembrar ser o ministro da Justiça mais duradouro do período democrático.