Secretário do Ministério da Justiça: “Protocolos não foram seguidos. Eles são perigosos”

O secretário de Políticas Penais do Ministério da Justiça e Segurança Pública, André Garcia, afirmou hoje (15), durante coletiva de imprensa, que é “muito provável” que os protocolos de segurança não foram empregados e isso acabou viabilizando a fuga de dois presos da penitenciária federal de Mossoró. O secretário, inclusive, confirmou a condição de “perigosos” da dupla, mas ressaltou que eles não são líderes da facção criminosa Comando Vermelho – veja no vídeo acima: 

Segundo o secretário, no entanto, ainda não há detalhamento do que aconteceu para facilitar a fuga. A perícia está sendo feita na unidade prisional e, só depois, será possível apontar as responsabilidades. Além do diretor da unidade afastado, poderá haver também o afastamento de policiais penais responsáveis por eventuais falhas. “Nenhuma hipótese está descartada”, destacou ele. 

O secretário André Garcia também destacou que, apesar de perigosos, os dois não são líderes da facção e, por isso, fugiram para ganhar a liberdade e possivelmente voltar para os estados (Acre). Com isso, não representariam riscos reais para a segurança do Rio Grande do Norte. 

MATADORES DA FACÇÃO

Os dois presos que fugiram da penitenciária federal de Mossoró – Rogério da Silva Mendonça e Deibson Cabral Nascimento – são considerados pessoas “do front”, com longo histórico de assassinatos, vários deles a mando da facção criminosa. Ou seja: eram os “matadores” do CV. 

Rogério da Silva Mendonça, de 35 anos. Condenado a 74 anos de prisão, responde a mais de 50 processos, entre os quais contam os crimes de homicídio e roubo. Deibson Cabral Nascimento, 33 anos, também conhecido como “Tatu” ou “Deisinho”. Seu nome está ligado a mais de 30 processos nos quais responde pelos crimes de organização criminosa, tráfico de drogas e roubo. Ele tem 81 anos de prisão em condenações.

Ligados ao Comando Vermelho, Rogério e Deisinho estavam no presídio de segurança máxima em Mossoró desde 27 de setembro de 2023. Eles foram transferidos após participarem de uma rebelião no presídio de segurança máxima Antônio Amaro, em Rio Branco, que resultou na morte de cinco detentos – três deles decapitados.

O QUE SE SABE DA FUGA

Apesar do Ministério da Justiça e Segurança Pública afirma que não há indícios de corrupção ou facilitação na fuga dos presos da penitenciária federal de Mossoró, que deveria ser de segurança máxima, novas revelações deixam esse caso cada vez mais “estranho”. A novidade sobre esse assunto é o fato do circuito fechado de câmeras de monitoramento ter flagrado parte da fuga, as 3h20 da madrugada. 

O problema é que, apesar do registro, os policiais penais constaram que os presos fugiram duas horas depois, por volta das 5h. Ou seja: eles constaram que estava faltando dois presos, foram olhas nas câmeras, e viram a fuga ocorrida duas horas antes. A essa altura, se os presos conseguiram um carro do lado de fora, é provavel que já estivesse em outro estado ou até mesmo se aproximando de capitais como Fortaleza/CE ou Natal/RN. 

Além disso, as informações de momento confirmam o que o Portal 96 já havia antecipado: que a fuga aconteceu pelo teto, após os presos cortarem o espaço da luminária e romperem a fiação, tendo acesso ao telhado da cela. Eles teriam, para isso, algum equipamento cortante, furtado possivelmente da obra presente no presídio. 

Esse equipamento cortante também foi utilizado pelos presos para romper a tela de proteção, que separa o presídio do ambiente externo. Foi nesse momento que eles teriam sido flagrados pelas câmeras. Contudo, nenhum alarmete teria sido disparado. 

Portal da 96 FM

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