16/08/2009
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Depois de lançar junto com o deputado federal Henrique Alves (PMDB) e o deputado estadual Robinson Faria (PMN), a “Unidade Potiguar”, o deputado federal e pré-candidato ao governo pelo PR, João Maia, falou ao Nasemana sobre o processo de formação do pacto.
Ele disse que o principal objetivo é qualificar a discussão sobre as eleições de 2010 e responde ao discurso da governadora Wilma de Faria (PSB), de que as mulheres não podem ser emparedadas. “Esse discurso tem sido muito efetivo, mas o resultado que se vê entre as mulheres no RN é outro”
Nasemana – O anúncio da Unidade Potiguar é uma resposta ao ‘wilmismo’, que caminhava para anunciar Iberê Ferreira (PSB) como candidato ao governo?
João Maia – O que nós entendemos, eu com Henrique (Alves, presidente estadual do PMDB), Henrique com Robinson (Faria, presidente estadual do PMN) e eu com Robinson, é que a gente estaria caminhando para definição de candidaturas da situação e da oposição e que só nos restaria aderir a uma candidatura. Esse foi nosso entendimento. E essa definição de candidaturas estava acontecendo sem discussão, inclusive de projetos.
Nasemana – Gato escaldado tem medo de água fria? Vocês quiseram evitar o que houve na última eleição de Natal?
João Maia – Nós temos uma experiência na eleição de Natal, onde foi assim que aconteceu: primeiro divulgado e depois discutido o programa de governo. Então, nós queremos na verdade qualificar a discussão sobre 2010.
Não é crítica ao governo, mas é como avançar, o que se faz para melhorar saúde, segurança, educação, geração de empregos, interiorização do desenvolvimento. Falar em candidatura sem uma discussão deste nível nos pareceu uma coisa muito pouco qualificada.
Nasemana – Em qual momento os senhores chegaram à conclusão de que era necessário formar esse novo grupo?
João Maia – Eu tinha um entendimento com Robinson desde a última eleição para prefeito de Natal de que nós íamos caminhar juntos. Nós estávamos vendo o seguinte: com organização partidária em todo o estado, o PR, o PMN e o PMDB estavam em posição de serem convidados para se alinhar numa candidatura ou noutra independente de qualquer discussão prévia.
Nasemana – No anúncio da Unidade Potiguar, o senhor falou que houve um entendimento com Iberê Ferreira. O vice-governador foi excluído das conversas?
João Maia – Não. Falando muito francamente, ele estava se comportando como candidato oficial. Desde a famosa entrevista de Gustavo Carvalho, a gente via a máquina governamental se empenhando pela candidatura de Iberê.
Nasemana – Os senhores tiveram a intenção de emparedar a governadora Wilma de Faria?
João Maia – Não, não houve nenhuma intenção. O que nós queremos é participar da discussão do projeto de 2010, e não simplesmente ser chamados a aderir à candidatura.
Nasemana – Mas a governadora reagiu ao anúncio da nova aliança dizendo que as mulheres precisam de muita coragem para enfrentar qualquer tipo de “emparedamento”. Foi um recado para os senhores?
João Maia – Não entendi assim não. As mulheres têm usado isso com muita competência, porque se você pegar o Rio Grande do Norte, a governadora é mulher, a prefeita da capital é mulher, a prefeita da segunda maior cidade do estado é mulher. Esse discurso tem sido muito efetivo, mas o resultado que se vê no RN é outro.
Nasemana – O candidato a governador tem que sair da Unidade Potiguar?
João Maia – Não, nós não temos essa decisão. Como anunciamos e eu e Henrique tivemos que vir, imediatamente, para Brasília ainda vamos fazer um cronograma de conversas. Vamos conversar com todos os outros pré-candidatos. Queremos saber como vai ser a discussão em cima de um projeto para o Rio Grande do Norte, como será a definição da chapa majoritária…
Nasemana – As conversas serão em grupo ou individuais? Henrique passa a ser o interlocutor de vocês?
João Maia – Não. Conversaremos em grupo. Essa é a combinação que nós temos.
Nasemana – Essa Unidade os afasta do DEM?
João Maia – Não estamos excluindo ninguém, essa é a decisão que nós tomamos. Nós temos uma aliança para nível nacional, de apoiar o candidato do presidente Lula, e a nível estadual essa questão ficou em aberto.
Nasemana – O lançamento da Unidade Potiguar inviabiliza o lançamento de Iberê Ferreira como candidato do grupo?
João Maia – Não necessariamente, porque não estamos excluindo ninguém. A pretensão de Iberê é legítima, só não pode ser uma escolha de uma candidatura onde só nos caiba aderir e pronto.
Nasemana – O senhor já disse que a tendência pró-Iberê dentro do grupo de Wilma de Faria não alterava em nada o seu projeto político em curso para o Rio Grande do Norte. Por quê?
João Maia – Quem tem condições, se quiser, de usar o governo para influenciar nas eleições a partir de abril vai ser Iberê, porque será ele o governador.
Nasemana – O acordo que o senhor tem com Robinson Faria, de que quem estiver melhor nas pesquisas será candidato e terá o apoio do outro, está mantido? O PMDB foi incluído?
João Maia – O acordo que nós temos na Unidade Potiguar é que estaremos no mesmo palanque em 2010. Nós não fizemos isso para abrir discussão sobre candidatura, então não poderíamos nem deveríamos lançar uma candidatura.
Nasemana – Quais os próximos passos do grupo?
João Maia – Acho que a gente precisa fazer uma reunião para traçarmos esse cronograma de conversas e fazermos uma pauta de discussão.