Brasil pode ganhar R$ 28,5 bi com guerra comercial China-EUA

A guerra comercial entre Estados Unidos e China aumenta o potencial de exportação do Brasil para esses dois países em US$ 7,4 bilhões (R$ 28,5 bilhões) ao ano, de acordo com levantamento da CNI (Confederação Nacional da Indústria), feito a pedido da reportagem.

Os EUA anunciaram sobretaxas de 25% sobre 818 produtos chineses, no valor de US$ 34 bilhões (R$ 131 bilhões) em exportações, que passam a valer no dia 6 de julho.

Outros 284 produtos, no valor de US$ 16 bilhões (R$ 61,7 bilhões), serão alvo de consulta pública em 24 de julho e podem ter tarifas depois disso.

Os EUA acusam a China de roubo de propriedade intelectual, por exigir de empresas americanas transferência de tecnologia para estatais chinesas, para terem acesso ao mercado chinês.

A China anunciou tarifas retaliatórias de 25% sobre 545 produtos americanos, em um total de US$ 34 bilhões (R$ 131 bilhões), que também passam a vigorar em 6 de julho.

Pequim avalia uma segunda rodada de sobretaxas sobre US$ 16 bilhões (R$ 61,7 bilhões) em produtos americanos, ainda sem data definida.

De forma geral, o Brasil, como todos os outros países, tende a sair perdendo com a guerra comercial por causa do impacto que essa escalada protecionista pode ter no crescimento mundial e nos preços das commodities.

“Mas o levantamento mostra que há espaços que o Brasil pode ocupar, é hora de as empresas brasileiras se movimentarem, porque EUA e China vão buscar outros fornecedores”, diz Diego Bonomo, gerente-executivo de Assuntos Internacionais da CNI.

Alguns dos produtos americanos que passarão a ser taxados na China já são exportados pelo Brasil, como carne de porco, soja e pescados, e pode haver grande aumento significativo nas vendas.

Cerca de 35% da exportação brasileira de pescados –que incluem peixe, crustáceos e moluscos– é destinada à China.

Os produtos brasileiros pagavam sobretaxa de 12% para entrar no país, e hoje pagam 7%. Grande parte dos exportadores de pescados para a China tem tarifa zero.

“Com os americanos passando a pagar 25% de tarifa, ganhamos competitividade e vamos migrar para o mercado chinês, que vai pagar melhor”, diz Eduardo Lobo, presidente da Abipesca (associação do setor).

Ele espera alta de 12% na exportação, que é de US$ 240 milhões (R$ 925,2 milhões), por causa do redirecionamento das vendas e melhores preços.

No caso de carne suína, o Brasil espera dobrar sua exportação para a China, de 48,9 mil toneladas em 2017 para 100 mil toneladas neste ano.

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