Criticado por ter viajado à Índia na semana passada em vez de visitar cidades do Rio Grande do Sul assoladas por enchentes, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva inverteu a lógica na escolha de destinos em relação aos seus mandatos anteriores e reduziu o tempo que passou rodando o país.
De janeiro até agora, o presidente ficou fora de Brasília por 57 dias para cumprir agendas dentro do território nacional — 28 a menos do que quando assumiu a Presidência da República pela primeira vez, em 2003. Enquanto isso, passou mais tempo no exterior, 67 dias, superando o início de seus dois primeiros mandatos.
O Nordeste aparece como a região favorita de Lula para as suas viagens nacionais. Até este mês, foram 16 passagens, incluindo períodos de descanso nos feriados de carnaval e Corpus Christi. Só para a Bahia o presidente foi sete vezes, inclusive em seus dias de folga.
O presidente também escolheu a Bahia para fazer lançamentos importantes do governo, como a retomada do Minha Casa Minha Vida, programa vitrine das gestões petistas; o Programa Escola em Tempo Integral; e a sanção da Lei Paulo Gustavo, uma das principais políticas para a área cultural. O estado é governado pelo petista Jerônimo Rodrigues, que sucedeu Rui Costa, atual ministro da Casa Civil.
Entre os estados, contudo, o principal destino foi São Paulo, que recebeu o presidente 11 vezes. Foi para lá que Lula fez sua primeira viagem após assumir seu terceiro mandato, para participar do enterro do Pelé e foi também onde escolheu passar o seu feriado de Páscoa. Essa viagem, no entanto, precisou ser interrompida em razão dos temporais no Maranhão.
Diferentemente da Bahia, São Paulo é comandado por um aliado do ex-presidente Jair Bolsonaro, o governador Tarcísio de Freitas, que chegou a ser atacado após encontros com Lula.