Contrariando a previsão do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, que afirmou que a greve dos policiais militares na Bahia deveria acabar ainda nesta sexta-feira, os PMs decidiram em assembleia pela continuação do movimento. A reunião de centenas de manifestantes, diversos deles integrantes da Associação de Policiais e Bombeiros e de seus Familiares (Aspra), ocorreu em um ginásio do Sindicato dos Bancários, no Largo dos Aflitos, em Salvador.
De acordo com o porta-voz dos grevistas, Ivan Carlos Leite, não houve qualquer forma de comunicação ou tentativa de negociação do governo com os praças paralisados. Na noite de ontem, uma assembleia da Associação dos Oficiais da Polícia Militar da Bahia (AOPMBA) decidiu que o grupo não suspenderia as atividades.
O comandante da Polícia Militar baiana, coronel Alfredo Castro, afirmou nesta sexta-feira que a greve da corporação, que hoje completa 11 dias, já terminou. Segundo ele, 85% do efetivo estava trabalhando em todo o Estado. O porta-voz dos grevistas, no entanto, negou a informação e estimou que 95% dos PMs estejam parados. Leite acrescentou que havia associações do interior ligando para a capital para saber qual era a orientação da assembleia.
Nesta sexta-feira, o coronel Castro deu um ultimato para que os PMs retornassem ao trabalho, prometendo punir os próximos dias de paralisação com desconto no salário ou até com prisão em unidade militar. Apesar da ameaça, os grevistas decidiram continuar de braços cruzados. Assim como a de quinta-feira, a assembleia de hoje foi encerrada com muito barulho e cantos de “A PM parou”. Uma nova reunião do grupo foi marcada para sábado, no mesmo local, às 16h.
Do portal Terra