Nesta quarta-feira (17), o Supremo Tribunal Federal finalmente pôs fim à aberração que era a obrigatoriedade de diploma de jornalista para o exercício da profissão. A lei, criada no regime militar com o intuito de controlar as redações, fere claramente à Constituição porque vai contra a liberdade de expressão.
Jornalismo não é ciência. Ao contrário de um médico ou de um engenheiro, por exemplo, alguém não necessita de conhecimentos técnicos essenciais para escrever ou falar. A necessidade fica por conta do intelecto de cada um. Nos países desenvolvidos o diploma também não é obrigatório.
Conheço profissionais de outras áreas que seriam excelentes jornalistas. O advogado Fernando Antonio Bezerra e o médico Gerson Barbosa são exemplos de pessoas que conheço e que não precisariam cursar uma faculdade de Jornalismo para escrever bem. O dois já foram colunistas do Jornal de Caicó.
Do outro lado, conheço jornalistas formados tão medíocres que não confiaria a redação de um texto simples. Quem freqüenta uma faculdade de Jornalismo, como eu fiz, sabe dessa triste realidade: a maioria dos alunos não tem vocação para a profissão. São minoria aqueles que têm intimidade com a leitura. E, absurdo dos absurdos: convivi na faculdade com colegas que não gostavam de… Notícias!
É bobagem acreditar que agora as faculdades de Jornalismo irão acabar e que os meios de comunicação irão buscar mão-de-obra mais barata e desqualificada. As empresas do ramo vão continuar buscando quem é BOM. E entre dois candidatos bons a uma vaga numa redação, um formado e outro não, aquele que cursou uma faculdade será o escolhido, pois possui os conhecimentos mais amplos e técnicos da profissão.
Um jornalista formado em Comunicação Social, independentemente de sua habilitação, adquiriu conhecimentos em todas as áreas, seja de televisão, rádio, impresso e internet. E ele também aprendeu as noções de assessoria de comunicação, ramo da atividade que se tem demonstrado tão promissor.
Para elucidar com propriedade o que falo, tomemos como exemplo uma contratação recente no rádio caicoense. Uma rádio local contratou há pouco tempo um jovem repórter para trabalhar no noticiário policial. Ele não tem formação acadêmica. A rádio não contratou um jornalista formado porque no mercado de trabalho local não tem alguém com o perfil que ela queria.
Portanto, pouco muda com a decisão do STF. As faculdades de Jornalismo podem recuar, mas não acabarão. E o mais importante: como em qualquer outra profissão, os BONS prevalecerão.
Por: Josenildo Carlos
15 respostas
Eita, se com diploma ja nao existia ética, agora ferrou tudo! Palhaçada isso aí!
Sou contra essa sacanagem, é querer inverter tudo!!!!!
O problema, caro Robson, é que até os incompetentes serão chamados de Jornalista. Quem faz um Jornalismo medíocre também passa a fazer parte desse “amontoado”, como disse o presidente da ANJ. Os bons e os ruins viraram ‘farinha do mesmo saco’. Será que os nossos anos de Academia merecem ser desvalorizados assim?
Independente de diploma ou não, caro colega, antes mesmo do fim dessa exigência, tb tem gente que nao cursou jornalismo e está ou esteve dentro de redação que nao sabe ou sabia escrever um “o” com uma quenga…
Como tb tem gente que não passou, como vc diz, numa faculdade de jornalismo e escreve bem…
Jornalista era visto e ainda é visto, de todas as formas…
Portanto, sem entrar no merito, tinha gente com competencia e sem competencia, inclusive sem diploma, dentro de redação…
Eu mesmo, tive de reescrever mta materia de policia, porque um colega reporter nao escrevia nada… acumulo de serviço, por causa de editor que nao tinha autonomia para trabalhar com gente que tinha o texto de primeira…
Então, antes mesmo da decisão do STF, entrava “apadrinhados” com ou sem diplomas, nas redações…
Outra coista, tb tem mta gente que faz História, Direito, Medicina e não tem vocação…
Eu mesmo, tenho um amigo jornalista, que fez biologia, trocou por medicina, foi para o jornalismo, nao terminou o curso e nem por isso deixou de ser jornalista…
Ou as pessoas querem que todo mundo só entre numa faculdade por vocação, nesse mundo tem de tudo, até escritor, cantor e músico sem dom nenhum, sem a profissão no sangue e está ai… então, tem tudo que é bom e ruim em qualquer profissão…
Quer dizer, que jornalista, com diploma ou sem diploma, virou saco de pancada…
Me diga aí, quanto é que essa rádio de Caicó paga de salario a um jornalista, para se deslocar de um centro que tem faculdade de jornalismo para ir ter de morar no interior…
E que eu saiba, Caicó nao tem faculdade de jornalismo, embora daí tenha saido grandes profissionais que aprenderam e começaram por ai mesmo, na Radio Rural.
Estou a fazer esses comentários, mas não discordo totalmente dos seus argumentos, muita coisa procede…
Mas lembrem-se, do mesmo jeito que já jornalista bom e ruim, tb tem advogado, engenheiros, muitas profissionais de outras áreas estão ai, sem emprego, o mercado de trabalho não dá para absorver todo mundo que sai da universidade, de uma escola profissionalizante..
E ai sim, o mercado vai regular a questão do jornalismo, como sempre fez, mesmo antes da decisão do STJ…
Na pressa, vá descontando as letras que faltaram amigão…
Agora, digo mais, a questão de ser Ciência não é o Jornalismo, essa profissão em si,mas a Comunicação Social como um todo, que caminha e é ciência, tem elementos de outras áreas para isso… Jornalismo realmente não é ciência, pode até vir a ser…
E como o próprio curso diz, é de Comunicação Social, portanto, uma ciencia que tem elementos, por exemplo, da Sociologia, com habilitação em Jornalismo…
Ademais, grato a Robson Pires pelo espaço, como acho pertinente os comentários do Josenildo…
Agora digo mais, se o Jornalismo não traz prejuizo físico ou algum risco se a profissão nao for bem exercida, como no caso de médicos e engenheiros, tão pior que um erro médico ou um prédio que cai, é a manipulação da informação, que também norteia, em muitos casos, o jornalismo… Portanto, só o fato de não pôr em risco físico as pessoas, não é desculpa para a desnecessidade de diploma para o exercício profissional do jornalismo…
Caros Robson e caro Josenildo, vejam no blog “Muitas Outras”, tem um texto do nosso conterraneo seridoense e de Parelhas, Sebastião Vicente, que tb vem corroborar o que vc diz e digo tb…
Como ele, tb entrei numa redação antes de terminar o curso de Jornalismo, em 1982…
Ter ou não ter o diploma, não é mesmo a verdadeira questão do Jornalismo…
Agora ficou do jeito que muitos ¨comunicadores¨ de Caicó gostariam que ficasse. O caminho está mais livre para que todos se denominem JORNALISTAS.
E pra ser presidente precisa de diploma?
Lamentável ! Quem quer dar informação a alguém deve se preparar para isto! E O presidente do TSF é o mesmo dos jagunços de MT? He Brasil… Comédia???
Acredito na capacidade dos profissionais, o diploma ajuda a embelezar a história, eis uma profissão que antes de qualquer papeal tem que existir capacidade, e que sabe até dom por aquilo que se é dito, escrito televisado….
Mas o burro que acha que o diploma não vale mais é pena é muita imbecilidade!
JORNALISTA é o profissional que ainda acredita na informação com ética, verdade e seriedade, e tem muitos que o diploma não ensinou o q é isso!
Banalizaram a profissão, agora qualquer imbecil pode se dar o nome de jornalista.
Vejo isso como uma forma de punir os profissionais da area que estudam, dedicam seu tempo para a cada dia melhor dentro da profissão, uma vez que estes profissionais vem mostrando as mazelas desta corja.
JORNALISTA COMPETENTE É AQUELE QUE TEM COMPETÊNCIA DE NO MÍNIMO CURSAR UMA FACULDADE.