7/12/2010
23 Comentários
Neste final de semana, especificamente nos dias 03, 04 e 05 de dezembro, estive participando dos festejos alusivos a Nossa Senhora da Conceição, excelsa padroeira da cidade de Jardim do Seridó-RN. Por sinal, este ano a festa tem crescido bastante, sobretudo, na parte sócio-cultural, havendo uma vasta programação ao longo da semana; coisa inexistente nas festas anteriores, cujos eventos sociais, ficavam restritos ao pavilhão na véspera da festa.
Nos dias 03 e 05 houve duas procissões conduzindo em andor a venerável imagem da padroeira pelas ruas da cidade; uma pelos motoristas, motoqueiros e ciclistas e outra pelos agricultores. Vale acrescentar que estas duas movimentações foram muito participadas, mostrando a integração de toda a população, seja na parte religiosa, seja na social.
No entanto, achei extremamente estranho a decoração do andor da Senhora da Conceição, virgem, pura, imaculada, concebida sem pecado original, sem mácula da culpa primeira. O referido andor foi ornado de flores encarnadas [ver foto], liturgicamente impróprio para aquela que foi preservada deste o seio materno para ser a mãe do nosso salvador.
As cores na tradição católica, apostólica, romana tem significado importante no cerimonial religioso, sendo que “as diferentes cores litúrgicas visam manifestar externamente o caráter dos mistérios celebrados, e também a consciência de uma vida cristã que progride com o desenrolar do ano litúrgico”. São quatro as cores litúrgicas mais utilizadas no cerimonial: verde, branco, roxo e vermelho. O verde é utilizado no Tempo Comum e nos dias da semana, significando esperança e crescimento. O branco é usado na páscoa, no Natal, nas Festas do Senhor, nas Festas de Nossa Senhora e dos Santos, exceto dos mártires. Simboliza alegria, ressurreição, vitória, pureza e alegria. O roxo é usado no advento e na quaresma. É símbolo da penitência e da serenidade. Também pode ser usado nas missas dos defuntos e na confissão, enquanto que o vermelho lembra o fogo do Espírito Santo. Por isso é a cor de Pentecostes. Lembra também o sangue. É a cor dos mártires e da sexta-feira da Paixão.
Neste sentido, utilizar o vermelho nas festas de Nossa Senhora é extremamente errado, segundo a liturgia católica, um erro contra tudo aquilo que nós aprendemos desde a infância quando participamos das aulas de catecismo. Por que macular com a cor que lembra sangue aquela que é pura, virgem e imaculada? Quero acreditar que a explicação seja a inexistência de flores nas tonalidades suaves, como: brancas, rosas, azuis e amarelas no comércio local e /ou na região, pois nem a tradição, nem a história conseguirão explicar o aludido fato.
Em tempo: As duas igrejas existentes na cidade de Jardim do Seridó são dedicadas a Nossa Senhora da Conceição e ao Sagrado Coração de Jesus. Cujas festas têm como cor litúrgica é o branco. Ver catecismo da Igreja Católica.
Por Diego Marinho de Gois
O blog pergunta: Qual a sua opinião? O assunto é polêmico.