Barbosa lembrou que, dos seus 11 anos de STF, sete foram dedicados ao processo do mensalão, do qual foi relator. “É um processo que trouxe um desgaste muito grande, com uma carga política exagerada. Eu acho que um pouco turbinada pela mídia também”. Disse ter dispensado ao caso um tratamento distinto dos demais.
“Não encarei como um processo como outro porque não podia ser assim. Era um processo que requeria planejamento, estratégia. Os que tiveram a oportunidade de observar ao longo da instrução do processo devem ter percebido que eu raramente tomei decisões unilaterais. Sempre levei as questões mais delicadas ao plenário. Tudo isso era fruto de estratégia, de planejamento”. Algo que lhe custou “muito desgaste físico, emocional e mental”.
O que fica do mensalão? “Vai depender muito dos homens e mulheres que terão a responsabilidade pelo país, nos três Poderes. A eles caberá a tarefa de tirar as lições desse julgamento”, disse Barbosa, em timbre lacônico.