Quem é o ex-assessor por trás das Mega-Senas vitoriosas do PT

Petista e filiado à sigla há mais de três décadas, o gaúcho Geraldo Pinto de Souza, de 58 anos, é figura conhecida nos corredores do Congresso Nacional e em outros círculos de poder na capital federal. A fama, contudo, não decorre do período em que foi assessor da bancada do partido em Brasília, entre o início dos anos 2000 até 2022, e sim de um talento peculiar: a habilidade para acertar os números da Mega-Sena.

Considerado sortudo e “pé quente”, Geraldo consegue reunir, nos bolões e grupos de apostas que organiza em Brasília, nomes não só do Congresso, mas do Palácio do Planalto, assim como políticos de outros Estados e até agentes de inteligência e segurança.

Seu histórico não deixa margem para dúvidas: foram 13 acertos em bolões, número dos petistas nas urnas. O trunfo mais célebre de seu currículo como “estudioso dos números” ocorreu em 2019, quando o jogo baseado em seus palpites levou o prêmio de R$ 120 milhões da Mega-Sena.

Piadas na Câmara

Naquele ano, no dia 18 de setembro, o plenário da Câmara dos Deputados entrou em polvorosa quando se espalhou pelos gabinetes a notícia de que um grupo de assessores da liderança do PT havia acertado as seis dezenas da Mega-Sena.

Na ocasião, em tom de brincadeira, Kim Kataguiri (União), disse que petistas esvaziariam a Casa por um mês e pautas liberais seriam aprovadas com menos dificuldade. Aliel Machado (PSB) emendou e disse que o PT mudaria sua orientação favorável à taxação de grandes fortunas.

Em janeiro deste ano, o filme se repetiu. Uma nova festa de petistas com o resultado do bolão da loteria — desta vez, com um prêmio mais módico. Por trás da aposta, mais uma vez, estava Geraldo.

Em conversa com o Metrópoles, o petista admite ser fissurado em números e diz que, ano a ano, aprimora seus cálculos para antecipar quais serão as dezenas vencedoras. Sem hesitar, ele lembra dos algarismos que lhe renderam grandes prêmios.

“Dos meus bolões que eu defini os números, de 2019 para cá, 18 de setembro foi o primeiro grande bolão, números 4-11-16-22-29-33. De lá para cá, em grupos diferentes, com números que eu elaborei, foram mais duas quinas e 11 quadras”, relata.

Geraldo diz ter uma fórmula para se aproximar das dezenas vencedoras. “É tentar fazer estatística com o resultado passado para fazer uma estratégia para o futuro. É mais ou menos isso. Pega 100 resultados para trás, faz um ponto de corte, para ver como os números se comportam, né? Tem que prestar atenção no que os números te apresentam. Eu faço esse estudo uma vez por ano”, afirma. Mesmo assim, também teve suas derrotas.

Superstição com o 17

Em 2020, foi uma superstição petista dos apostadores que fez seu grupo perder a chance de levar um prêmio de R$ 320 milhões. É que, segundo os cálculos de Geraldo, o número 17, usado dois anos antes por Jair Bolsonaro, teria grande potencial naquele ano. “O pessoal ficou implicando no PT comigo porque era o número do genocida”, conta.

Dito e feito: a dezena foi a primeira da sequência vitoriosa daquele ano, em que, curiosamente, um dos dois vencedores que rachariam o prêmio não apareceu para buscá-lo. “Um deles não foi buscar em 90 dias e o dinheiro foi para o Fies. Era para ser nosso. Eu brincava com o pessoal”, afirma. Apesar do revés, ele diz preferir dividir prêmios com os “companheiros” do partido.

Herança paterna

O gosto pelos números não acompanhou Geraldo pela vida acadêmica — ele cursou direito, mas não chegou a se formar. O petista conta que a incursão pelo mundo das apostas foi herdada do pai. “Meu pai jogava na loteria esportiva na época da zebra. Ele fazia bolão de loteria esportiva nos anos 80. Eu era adolescente e ficava ligado.”

Mais tarde, Geraldo começou a fazer bolões da Mega-Sena porque era a loteria que ele mais gostava. “Eu cheguei na Câmara dos Deputados em 2011, fiz alguns bolões, e depois saí. Voltei em 2016, e passei a organizar mais”, conta. Segundo ele, o gosto já passou para um filho e até uma neta, que também têm “afinidade com os números”.

Grupos selecionados

Geraldo, que não trabalha mais como assessor do PT — ele diz estar vivendo um período sabático antes da aposentadoria —, organiza apostas até hoje. Mas, além da sorte, quem faz parte de seus bolões precisa torcer para estar em um grupo seleto.

No início deste ano, um palpite do ex-assessor garantiu aos petistas o acerto de quatro dos seis números da Mega-Sena, o que rendeu parcos R$ 12 mil para 100 participantes. Cada um ficou com R$ 121. Já em 2019, quando o PT acertou o grande prêmio, eram apenas 49 apostadores, e cada um ficou com R$ 2,4 milhões.

Por Metrópoles

2 respostas

  1. Não existe método e nem fórmula matemática, pra jogo de sorteio etc…

    EXISTE FORMA DE ROUBAR OS PRÊMIOS!

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