Autoridades do governo francês manifestaram ao Estadão preocupação com a epidemia de dengue no Brasil, devido à visita do presidente Emmanuel Macron na próxima semana.
A convite do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Macron passará três dias no país, visitando três locais que enfrentam uma situação de emergência devido ao surto de dengue: Brasília, São Paulo e Rio de Janeiro.
O Brasil já registrou 2 milhões de casos de dengue, o maior número desde o ano 2000. O total de mortes chega a 715, com a maioria delas no Distrito Federal, que contabiliza 152 vítimas fatais. Além disso, há 1.078 óbitos em investigação, conforme dados do Ministério da Saúde.
Macron dedicará a quinta-feira, dia 28, a compromissos no Distrito Federal, onde o surto de dengue é mais grave no momento.
Uma importante autoridade francesa, que falou sob condição de anonimato, admitiu que há motivo para preocupação e cautela, embora não esteja certa se Macron está ciente da gravidade dos casos.
Além das medidas de segurança habituais, os governos do Brasil e da França discutiram restrições alimentares do presidente francês e seus desejos específicos, como fazer uma caminhada na Avenida Paulista. O Palácio do Eliseu informou ao Itamaraty que Macron costuma praticar atividades físicas quando viaja ao exterior.
Os preparativos mobilizaram o escritório de Macron, a embaixada e os consulados franceses no Brasil, além do Palácio do Planalto e do Itamaraty. As autoridades de Paris também consideraram o risco de contrair dengue e outras doenças transmitidas por mosquitos no Brasil, como febre amarela e malária, especialmente na Região Norte.
O primeiro compromisso de Macron será em Belém, no Pará, onde visitará ambientes internos e externos. Ele também planeja ir à Ilha do Combú para conhecer o cultivo de cacau e dialogar com líderes indígenas e ribeirinhos.
Macron chegará ao Brasil na terça-feira à tarde, vindo da Guiana Francesa, um departamento ultramarino que abrange uma parte da Amazônia.
Até o momento, São Paulo registrou 110 mortes por dengue, o Rio de Janeiro, 63, e o Pará, apenas 2 óbitos.
Estadão