20/05/2017
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Edson Fachin, relator do petrolão no Supremo, afastou o senador Aécio Neves (PSDB-MG) do seu mandato. Por que foi mesmo? A decisão certamente não decorre das acusações feitas por executivos da JBS, segundo os quais o senador teria recebido R$ 60 milhões em propina em 2014, ano em que disputou a eleição presidencial.
Também, creio, o afastamento não está relacionado aos R$ 2 milhões que Joesley Batista entregou a um emissário do senador, aí já com o monitoramento da Polícia Federal e do Ministério Público.
E o que me faz ter a certeza de que Fachin não afastou Aécio por isso? Ora, acusação de corrupção passiva não afastam ninguém do mandato, como sabe, por exemplo, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL). Como sabem, aliás, dezenas de outros parlamentares investigados. Então por que a punição aplicada a Aécio? Eis aí. Não foi por algo que tenha feito eventualmente de errado. Ele teve de se afastar do Senado por desempenhar o papel de um senador.
O pedido de Rodrigo Janot debocha da ordem legal. A decisão favorável de Fachin a pisoteia. Vamos ver. Aécio manteve, com efeito, uma conversa com Joesley Batista daquela que não se deve ter num convento. Digo isso por causa dos palavrões. E só.
Os trechos mais polêmicos seguem abaixo. Não é preciso esconder nada. Até porque está em todo canto.
Joesley — Não vai parar com essa merda?
Aécio — Cara, nós tamos vendo (…) Primeiro temos dois caras frágeis pra caralho nessa história é o Eunício [Oliveira, presidente do Senado] e o Rodrigo [Maia, presidente da Câmara], o Rodrigo especialmente também, tinha que dar uma apertada nele que nós tamos vendo o texto (…) na terça-feira.
Joesley — Texto do quê?
Aécio — Não… São duas coisas, primeiro cortar o pra trás (…) de quem doa e de quem recebeu.
Joesley — E de quem recebeu.
Aécio — Tudo. Acabar com tudo esses crimes de falsidade ideológica, papapá, que é que na, na, na mão [dupla], texto pronto nãnã. O Eunício afirmando que tá com colhão pra votar, nós tamo (sic). Porque o negócio agora não dá para ser mais na surdina, tem que ser o seguinte: todo mundo assinar, o PSDB vai assinar, o PT vai assinar, o PMDB vai assinar, tá montada. A ideia é votar na… Porque o Rodrigo devolveu aquela tal das Dez Medidas, a gente vai votar naquelas dez… Naquela merda das Dez Medidas toda essa porra. O que eu tô sentindo? Trabalhando nisso igual um louco.
Joesley — Lógico.
Aécio — O Rodrigo enquanto não chega nele essa merda direto, né?
Joesley — Todo mundo fica com essa. Não…
Aécio — E, meio de lado, não, meio de leve, meio de raspão, né, não vou morrer. O cara, cê tinha que mandar um, um, cê tem ajudado esses caras pra caralho, tinha que mandar um recado pro Rodrigo, alguém seu, tem que votar essa merda de qualquer maneira, assustar um pouco, eu tô assustando ele, entendeu? Se falar coisa sua aí… forte. Não que isso? Resolvido isso tem que entrar no abuso de autoridade… O que esse Congresso tem que fazer. Agora tá uma zona por quê? O Eunício não é o Renan.
Joesley — Já andaram batendo no Eunício aí, né? Já andaram batendo nas coisas do Eunício, negócio da empresa dele, não sei o quê.
Aécio — Ontem até… Eu voltei com o Michel ontem, só eu e o Michel, pra saber também se o cara vai bancar, entendeu? Diz que banca, porque tem que sancionar essa merda, imagina bota cara.
Joesley — E aí ele chega lá e amarela.
(mais…)
Perseguidor implacável como vem sendo reconhecido, ele tem um verdadeiro orgasmo (orgasmo….????) quando diz de alto e bom som como contou ao blogue do Xerife o folclórico fotógrafo de Caicó, Saci, por ele perseguido: olha! Vocês vão comer na minha mão! Numa referência a quem votou contra ele. Por ironia do destino, Saci, votou com ele.
