24/01/2011
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Wlma de Faria vive um momento de aversão a jornalista. Qualquer um deles. É uma autoimposição dela para fugir de perguntas embaraçosas sobre atos e decisões de governo difíceis de explicar ou de assumir.
Wilma não esconde o seu aborrecimento diante da procura dos repórteres. Na semana passada, após a notícia que o TCE (Tribunal de Contas do Estado) passará um pente-fino nas gestões dela e de Iberê Ferreira renferentes a 2010, a ex-governadora virou alvo da curiosidade alheia.
A reportagem do Nominuto tentou repercutir a investigação do TCE, mas ela foi lacônica:
– Eu não vou falar sobre o assunto. Eu nem sei por quê atendi este telefonema – disse Wilma de Faria muito diferente da líder solícita que atendia a todos há um ano quando estava na condição de candidata ao Senado.
É natural que a ex-governadora não queira se manifestar sobre temas indigestos de sua administração num momento que a sucessora dela e de Iberê Ferreira aponta uma série de desmandos que levaram o Estado a um desequilíbrio financeiro. Mas Wilma não pode se negar a dar explicações.
Afinal, ela foi gestora do Estado em dois mandatos de governadora ao longo de 7 anos.
As acusações da atual gestão ao período dela e de Iberê Ferreira são graves. Fala-se em rombo de mais de um bilhão e meio de reais. Segundo a governadora Rosalba Ciarlini, boa parte desse dinheiro teve destinação incerta. Wilma vai deixar por isso mesmo? Wilma ficará calada? Diz o ditado popular: quem cala, consente.
A população do Rio Grande do Norte, que outorgou dois mandatos de governadora a Wilma, merece os esclarecimentos oportunos e necessários.
Iberê Ferreira deu continuidade ao governo de Wilma de Faria, mas fazia questão de separar as contas de um e de outro. Não falava de público, mas dizia que já recebeu o Estado com o caixa vazio. E que sabia de tudo que estava empenhando e que iria pagar. Não foi bem assim.
Aparentemente, Iberê Ferreira preserva a antecessora de culpa sobre a difícil situação financeira que supostamente herdou. Até que ponto Wilma e Iberê não se confrontam para justificar atos e decisões do passado?
Esta pergunta martela a cabeça de muita gente.
Por Diógenes Dantas