1/09/2009
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Rolou um stress ontem (31) entre José Agripino Maia e Rosalba Ciarlini. A senadora deu entrevista ao Jornal 96 e, pela primeira vez, assumiu a condição de pré-candidata ao governo. Fez isso de forma clara. Anteriormente, Rosalba ficava naquela do “povo é quem diz”, “estou ouvindo a rua”, “ninguém pode ir contra a vontade do povo”, “nem pré-candidata eu sou”.
Ontem, não. Diante da insistência do repórter e dos números das pesquisas, Rosalba Ciarlini disse em alto e bom som que fará “o que o povo quer”. E que não “fugirá dessa luta”.
Rosalba disse mais: a senadora disse que a crise financeira em Mossoró não vai afetar politicamente sua candidatura ao governo.
A pergunta que eu fiz foi a seguinte: “A crise em Mossoró poderá afetar o projeto majoritário da cidade?”
Rosalba: “O projeto majoritário não é de Mossoró, mas do Estado”.
E que o problema financeiro não deve abalar seus planos para 2010.
José Agripino Maia, líder do Democratas, não gostou das declarações da senadora do DEM. Foi pelo caminho mais fácil e culpou a imprensa de não ter entendido ou ter mal interpretado as palavras de Rosalba.
Para José Agripino, o DEM, que é dele, não tem pré-candidato ao governo. Nào é hora pra ter.
A estratégia do senador é deixar a colega de Senado solta no meio do mundo, mas sem formalizar a condição de pré-candidata ou candidata. Por que? Porque José Agripino fica sem margem de manobra para fechar alianças e atrair os insatisfeitos da base de Wilma de Faria, leia-se aí, Robinson e João Maia.
Como José Agripino pode sentar numa mesa de negociação com Robinson e João Maia, dois pré-candidatos ao governo, se já possui uma candidata ao governo?
Esse é o desagrado do senador. Por enquanto, Rosalba Ciarlini não pode assumir candidatura alguma. Afinal, a prioridade do Democratas é reeleger José Agripino Maia para o Senado.
Rosalba é refém de Agripino no DEM por conta da fidelidade partidária. Se pudesse migrar para outra legenda, a senadora faria isso para livrar-se do jugo.
E José Agripino também é refém de Rosalba porque não pode abrir mão dos votos e dos apoios em Mossoró e região Oeste do estado. Isso poderia ser fatal para seu projeto de reeleição ao Senado numa disputa apertada com Garibaldi Filho e Wilma de Faria.
Um depende do outro. E vão para a eleição como unha e cutícula. Juntos.
Por Diógenes Dantas