Usuários de bancos? Coitados!

A pouco e pouco, a rede bancária nacional foi “abraçando” serviços que, anteriormente, nunca os executou. A esperta, e ávida por lucros, FEBRABAN (Federação Brasileira de Bancos) com o beneplácito do Banco Central do Brasil, ou seja, do Governo Federal, foi assumindo, cobrando taxas e tarifas, serviços que, anteriormente, os brasileiros tinham em outros lugares e gratuitos.

Resultado negativo. Hoje, tudo que envolve dinheiro (do tostão ao milhão) terá que, forçosamente, ser realizado através da rede bancária. Alguns bancos já quitam a totalidade da sua folha de pagamento com as taxas e tarifas cobradas dos coitados dos seus clientes.

Outra consequência negativa desse novo modelo. Com todos realizando tudo em bancos, acarretou o tumulto das filas homéricas nas agências bancárias (e em outros pontos de atendimentos), isso sem contar com o desconforto de certos ambientes de agências bancárias, onde muitos não contam nem com um simples e ultrapassado aparelho de ar condicionado.

Anualmente, sempre no mês de setembro, o contrato de trabalho dos bancários exige que os patrões reajustem seus salários. O que vemos? Por falta de entendimento entre as partes, a classe é obrigada a paralisar as suas atividades.

Sobejamente, sabemos que o instituto da greve é um dispositivo legal e, muitas vezes, o último recurso para o atendimento (mesmo parcial) de uma justa e lídima reivindicação.

O movimento grevista é a última instância para solução de um impasse entre empregados e empregadores, mas, quando isso ocorre, os usuários de bancos sofrem muito mais do que os patrões dos bancários. Os clientes são sempre “punidos” com uma greve interminável. Apenas como um lembrete: recentemente os bancários estiveram em greve por longos dias.

Também, paulatinamente, os bancos brasileiros, sempre com o olhar nos seus gordos lucros, começaram a terceirizar alguns serviços, que eram essencialmente bancários, transferindo muito dessas tarefas para os homens da vigilância, em detrimento dos bancários.

Faço aqui uma pausa para um lembrete àqueles que foram bancários no passado. Como todos sabem eu também tive a honra de ser bancário e hoje, por tempo de serviço, sou aposentado do Banco do Brasil S.A. Pois bem! Lembro-me, muito bem, de que o Banco do Brasil sempre nos orientava para não atribuir nenhum serviço (dito bancário) para os vigilantes. Sintetizando: não podíamos nem pedir um fósforo do vigilante para acender nosso cigarro, pois poderia “consubstanciar” um serviço que não lhe era pertinente e ele poderia, no futuro, entrar com uma ação trabalhista contra o Banco.

Então, atualmente, aquele mesmo vigilante, faz serviços bancários, e então? Então, entre outros erros, adveio mais um resultado negativo para a clientela:  outra greve, de outra classe, que parece primordial para os bancos.

Estamos vivenciando, em vários estados, inclusive aqui no Rio Grande do Norte, uma greve de vigilantes afetando diretamente às agências bancárias e, por conseguinte, também “punindo”, mais uma vez, os seus clientes. Bancos fechados sob a alegação de falta de segurança. Terminais bancários intencionalmente mal abastecidos e com filas gigantescas.

Outro resultado negativo “plus”. Doravante, nós, pobres mortais clientes de bancos brasileiros, seremos “punidos” duas vezes por ano!

Tá bom pra vocês, ou querem mais?

Por Ciduca Barros

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