No dia 18 de maio, menos de 24 horas após o Brasil conhecer os estragos provocados pela delação de Joesley Batista, Michel Temer escolheu um tom incisivo e um semblante raivoso para avisar ao país que não renunciaria.
“Não renunciarei. Repito: não renunciarei”, disse na ocasião.
A convicção que tentou demonstrar às câmeras contrastava com a hesitação que o sacudia momentos antes do pronunciamento.
Reunido com seu núcleo duro, ele ouviu a sugestão de um auxiliar para entregar a cadeira e convocar eleições gerais para novembro.
O presidente não só gostou da ideia, como mandou que fosse escrito um discurso com esse conteúdo. O texto foi preparado e entregue. Moreira Franco, porém, não se conformava e tentava convencê-lo a não renunciar.
Dizia: “A gente vai caminhando, se acochambrado e vamos superar”.
Como se sabe, a tese de Moreira venceu. O que ninguém sabe é que pouco antes de subir no púlpito do Palácio do Planalto, Temer tinha dois textos nas mãos. A dúvida sobre um ou outro foi até o final.
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