Em seis anos, a renda média dos jovens de 18 a 24 anos caiu 21,23% no Rio Grande do Norte. No terceiro trimestre de 2012, o valor percebido pela população nessa faixa etária era R$ 904. No mesmo intervalo de tempo do ano passado, a monta estava em R$ 712 – diferença de R$ 192 entre um período e outro.
O número, levantado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coloca o Estado na última posição nacional quando comparados o rendimento médio local com outras unidades federativas. A problemática estadual não exclui a capital, Natal, apesar da maior oferta de trabalho. Entre as capitais brasileiras, a potiguar também teve a menor média salarial da faixa de idade em questão: R$ 778.
O rendimento médio real recebido pelos jovens potiguares no terceiro trimestre de 2018 correspondeu a menos da metade que o valor pago no Distrito Federal, o maior do país, que foi de R$ 1.436. A média local é menor, inclusive, que a da região Nordeste inteira no período, que ficou em R$ 801. “A economia reage com incentivos. A gente não tem um programa de incentivos ao primeiro emprego, ao estágio.
Com isso, o jovem potiguar perde competitividade. Sobra para os jovens, as oportunidades de trabalho que não requerem capacitação, formação superior e que oferecem rendas menores”, destaca Flávio Queiroz, supervisor de Disseminação de Informações do IBGE/RN.
Conforme avaliado por Flávio Queiroz, há um excesso de mão de obra qualificada e experiente no Estado, o que coloca à margem do mercado foram de trabalho o jovem de 18 a 24 anos. “No passado, era mais fácil acessar um estágio ou um primeiro emprego. Hoje, há uma marginalização do jovem em relação ao emprego formal, à renda. Há um alto índice de informalidade no Rio Grande do Norte e no Brasil e muitos jovens estão nela. Os jovens acabam recorrendo à informalidade por falta de oportunidade. Não basta fornecer meios para estudar, formar, se capacitar se não houver oferta de empregos formais”, declara o analista do IBGE.
Zona Rural
Outro dado que chama atenção no Rio Grande do Norte, é o de trabalhadores rurais com idades entre 18 e 24 anos. Conforme dados do IBGE, dos 63.411 trabalhadores no segmento rural no Estado, somente 1,43% está na faixa etária mencionada. O percentual corresponde ao número absoluto de 907 pessoas, o que coloca o Rio Grande do Norte no último lugar no ranking da região Nordeste e em 19º lugar quando comparado com os demais estados brasileiros.
Rendimento Médio dos Jovens
Veja abaixo a variação entre os estados brasileiros
Distrito Federal
2012: R$ 1.603
2018: R$ 1.436
São Paulo
2012: R$ 1.565
2018: R$ 1.334
Santa Catarina
2012: R$ 1.495
2018: R$ 1.421
Paraná
2012: R$ 1.419
2018: R$ 1.328
Goiás
2012: R$ 1.363
2018: R$ 1.199
Rio Grande do Sul
2012: R$ 1.357
2018: R$ 1.287
Mato Grosso do Sul
2012: R$ 1.328
2018: R$ 1.267
Rio de Janeiro
2012: R$ 1.293
2018: R$ 1.208
Mato Grosso
2012: R$ 1.253
2018: R$ 1.305
Espírito Santo
2012: R$ 1.203
2018: R$ 1.094
Rondônia
2012: R$ 1.170
2018: R$ 1.102
Roraima
2012: R$ 1.159
2018: R$ 1.074
Amazonas
2012: R$ 1.150
2018: R$ 909
Minas Gerais
2012: R$ 1.106
2018: R$ 1.048
Acre
2012: R$ 1.063
2018: R$ 927
Tocantins
2012: R$ 1.041
2018: R$ 1.012
Amapá
2012: R$ 1.000
2018: R$ 1.024
Pernambuco
2012: R$ 978
2018: R$ 874
Pará
2012: R$ 936
2018: R$ 828
Rio Grande do Norte
2012: R$ 904
2018: R$ 712
Sergipe
2012: R$ 889
2018: R$ 830
Alagoas
2012: R$ 881
2018: R$ 841
Ceará
2012: R$ 855
2018: R$ 816
Maranhão
2012: R$ 840
2018: R$ 818
Paraíba
2012: R$ 828
2018: R$ 806
Bahia
2012: R$ 775
2018: R$ 767
Piauí
2012: R$ 762
2018: R$ 722