Professores da rede municipal de Acari não recebem salário há mais de dois meses

O blog recebeu o seguinte e-mail do professor Jessé Santos, que pertence ao quadro funcional do município de Acari. Ele é professor graduado em Geografia e Graduando em Biologia pela UFRN:

A situação dos professores do Município de Acari está ficando insustentável do ponto de vista financeiro. O atraso nos pagamentos vem se arrastando já há alguns meses no decorrer deste ano, alguns mais atrasados e outros menos, mas é fato que todos os professores amargam algum tipo de atraso, sendo os de educação infantil e coordenadores pedagógicos os mais penalizados.

Venho sendo procurado há muito tempo pelos colegas professores e coordenadores de várias escolas do município para uma tomada de decisão a esse respeito, vejo nos colegas de trabalho uma angústia e uma aflição muito grande em honrar seus compromissos, tendo em vista a falta de pagamento por dois meses consecutivos… é muito tempo!!!

Confesso que relutei muito e ponderei muito antes de fazer esta publicação e que fique bem claro, que não vai aqui nenhuma retaliação ou afronta com a gestão municipal, até porque eu entendo não ser esse o melhor caminho, no entanto, não poderia deixar de estar ao lado da categoria que faço parte, inclusive porque sou professor do mesmo município e também sofro com o atraso, que se não chega a dois meses, chega a um mês. É impossível um professor desempenhar sua valorosa missão de educar com dois meses de salários atrasados! Até porque tem profissionais que residem em outras cidades o que acarreta em mais despesas com transportes. Em minha escola, o Major Hortêncio, temos professores de Jardim do Seridó, Currais Novos e Tenente Laurentino. Além de despesas com transportes, temos despesas com telefone, alimentação, vestuário, e ademais, as despesas que tem todo professor, como pesquisa, internet, revistas, xerox e material de apoio escolar. Agora some a tudo isso o nosso orçamento mensal de despesas.

Várias sugestões foram levantadas pelos colegas, cito algumas: parada de advertência, redução dos dias letivos, folgas semanais, férias coletivas e greve. Nós professores vamos buscar a melhor solução possível, até porque como educadores temos feito nossa parte; melhoramos o IDEB da Escola e do Município, não deixamos cair a qualidade de nossas aulas mesmo com o quadro adverso e o mais importante, temos feito um esforço hercúleo para cumprir com nossa jornada de trabalho, mesmo com o pagamento atrasado.

Por fim, repito, dois meses e 11 dias sem salário é muito, a situação está ficando insustentável!!!

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