O telhado de vidro na narrativa de construtor do Senador Styvenson Valentim

Quando se elegeu senador da república pelo Rio Grande do Norte em 2018, o então capitão Styvenson Valentim (PSDB) fazia parte de um fenômeno nacional que elegeu figuras na onda do Bolsonarismo, que se identificasse com o perfil apolítico, contra corrupção e acima de tudo os políticos tradicionais. Era o homem que prendia gente importante nas madrugadas de bit da Lei Seca.

Naquele momento, Styvenson criticava abertamente os prefeitos que buscavam recursos em Brasília e não perdia tempo com a mídia profissional. Tinha sido eleito com mais de 25% das intenções de voto, derrotando ex-senadores e ex-governadores reconhecidos como grandes lideres Garibaldi Alves e Geraldo Melo.

No meio do mandato, o ex-capitão percebeu que precisaria de mais para continuar no céu sem a morte.

Precisava descer do salto dos seus coturnos aposentados, perdendo um pouco de seu tempo com a planície.

E começou a abrir as portas de seus gabinetes para os lideres políticos do interior do estado, assim como flexibilizou a verba de gabinete para operadores da notícia, que precisavam divulgar seus feitos de parlamentar na blogosfera e nas ondas dos rádios. Entrevistas frequentes a meios de comunicação passaram a ser vistas.

O segundo momento do novo Styvensnon foi a prioridade na destinação de emendas para hospitais.

Quem anda pelo estado, começou a perceber que o discurso de pai de hospitais estava pegando. Fosse no Hospital oncológico de Currais Novos ou em outras de Saúde.

Em suas redes, imagens do ex-capitão com o capacete de … construtor, mestre de obras.

Tudo pronto para colar a imagem de homem que mais fez pela saúde do estado…

Até que a reação veio de meios de comunicação ligados ao Governo Fátima Bezerra, principal alvo das críticas do senador neo-tucano.

Styvenson estaria mentindo? Styvenson poderia destinar emenda de construção para um hospital privado como a Liga contra o câncer? Styvenson usou os limites previstos em lei ou usou subterfúgio como o nomeie de Natal para recursos usados no interior?

Uma avalanche de notas surgiram na mídia de forma organizada e contundente. Porque baseadas em documentos e provas.

A respeitadíssima LIGA , que ninguém duvida a importância e lisura na aplicação de recursos recebidos, teve que se pronunciar e, em nota, colocou os pontos nos Is, desmentido que as emendas destinadas pelo Senador fossem para construção, mas para custeio.

Nesse casso essa mudança de nomenclatura faz toda a diferença no conjunto da obra. Ela atende limites e distinções legais.

No caso da administração pública, a simples troca de nomes em documentos oficiais fazem toda a diferença. E os fins não podem nunca justificar os meios.

Parêntese. Se não fosse assim, a ex-presidente Dilma Rousseff não teria sofrido processo de impedimento por “pedaladas fiscais”. Nunca ninguém atribuiu a Dilma pecha de corrupção ou desvio de recursos, mas de errar na forma de cumprir as previsões legais dos mesmos.

Agora, Styvenson percebeu o tamanho da goteira posta em seu próprio telhado. E recuou no discurso de homem que constrói, trocou termos, ajustou o projeto. A saber o tamanho do estrago e do tempo perdido no meio da reforma necessária no projeto.

TL

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