Grupo de trabalho vai buscar soluções para abastecimento de água em Patu

A irregularidade no abastecimento d’água e a cobrança indevidas de contas retroativas, referentes a 2009 e 2010, no município de Patu, por parte da Companhia de Águas e Esgotos do Rio Grande do Norte (CAERN) motivaram a realização de uma Audiência Pública ocorrida na manhã desta sexta-feira (31) na cidade. Proposta pelo deputado Estadual Dr. Bernardo (AVANTE) o encontro reuniu vereadores, empresários, autoridades e a população em geral, que lotou a Câmara Municipal de Patu.

“Nós precisamos sair dessa audiência pública com documentos e com soluções para a melhoria no abastecimento d´água em Patu. Não é admissível que continuemos com 30% da cidade sendo massacrada com a falta do precioso líquido”, disse Dr. Bernardo ao iniciar a Audiência Pública.

Presente na audiência, o prefeito Rivelino Câmara falou da importância do evento e destacou o trabalho da assessoria jurídica do município junto a população, por reconhecer a necessidade de uma regularização no abastecimento da cidade.

“Essa é uma situação que tem preocupado todos nós patuenses. A necessidade de ter o abastecimento regularizado é gritante. Tem gente tendo que escolher se come ou se compra água. Por isso a importância dessa audiência pública”, disse o prefeito que denunciou a falta de compromisso da CAERN com Patu. “Além de não distribuir água como deve ser, além de fazer cobranças indevidas, a CAERN ainda abre dezenas de buracos nas ruas da cidade e não conclui o serviço, deixando a cidade cheia de buracos. É uma falta de compromisso imensa com Patu”, denunciou.

Ainda sobre os problemas relacionados ao tema da audiência, a presidente da Câmara Municipal de Patu, Lucélia Ribeiro ressaltou a importância do momento de discussão e cobrou uma solução urgente.

“Não podemos admitir que, por coincidência ou não, os bairros mais carentes, mais afastados da cidade, onde moram pessoas de menor poder aquisitivo, continuem a ficar sem a água. São pessoas carentes, sobreviventes do Bolsa Família, daí a necessidade urgente de uma solução”, reclamou Lucélia.

De acordo com o vereador Rodolfo Maia, presente na audiência, uma pesquisa de opinião foi realizada no município e revelou que em segundo lugar está o serviço oferecido pela CAERN em Patu.

“Realizamos uma pesquisa de satisfação e a CAERN ficou em segundo lugar, ficando atrás, apenas da saúde pública, como o pior serviço prestado à população, e isso precisa mudar com urgência”, informou o vereador que cobrou mais informações da empresa à população. “Precisamos dessas informações. Quais os dias que teremos água, quantos dias a água vai passar em cada setor, como funciona a questão dos hidrômetros. Nem essas informações básicas estão chegando a população”, cobrou o vereador.

Seguindo com os pronunciamentos durante a audiência, o vereador Thiago Queiroga elogiou a realização da audiência. “Num ato muito nobre o mandato de Dr. Bernardo traz a Assembleia Legislativa a nossa cidade para um debate tão importante. Mas é preciso ver todos os lados e os motivos que estão levando a esse problema”, ressaltou.

O tom de revolta e de insatisfação permeou a Audiência Pública. Assim como a maioria dos seus colegas vereadores, Suetônio Moura destacou a gravidade do problema do abastecimento d´água e das cobranças de contas retroativas por parte da CAERN no município.

“A situação está ficando cada dia mais difícil. Além da pouca água que chega em nossas residências, ainda somos surpreendidos com contas retroativas de dez anos atrás. Essa audiência nos deixa cheio de esperanças para que esse problema chegue ao fim”, comentou

A união de todos os entes foi invocada pela vereadora Ana Carla Figueiredo (Kaká de Bodim). “Não queremos mais saber quem são os culpados. O que queremos são soluções para esses problemas que afligem nossa população e para isso, é preciso a soma de esforços de todos nós. Essa união vai prmitir que a água chegue e que a população mais carente saia desse sofrimento de anos”, conclamou a vereadora Ana Carla Figueiredo, conhecida popularmente por Kaká de Bodim.

O viés social do problema também foi destacado pela diretora do Campus local da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte. Segundo ele, a falta d´água é tão grave que chega a cessar o direito do aluno da (UERN) de ter aula, em virtude do Campus de Patu não ser beneficiado com a chegada da água distribuída pela CAERN. “Esse chega a ser um problema social. Além de deixar as famílias carentes sem o precioso líquido, destacou Claudia Tomé, diretora do Campus da Uern em Patu.

Para o padre Telmo Feitosa, pároco da paróquia de Nossa Senhora das Dores, no município e reitor do Santuário Nossa Senhora dos Impossíveis, se mostrou esperançoso com a resolução dos problemas discutidos na Audiência.

“As soluções discutidas nessa Audiência Pública chegam como um alento para a população mais carente do nosso município. É a soma dos esforços em torno desse que é hoje um dos maiores da nossa comunidade”,

A empresária do setor turístico Cristina Ernesto destacou o quanto a irregularidade no abastecimento tem prejudicado o setor no município e ressaltou a grandiosidade do debate ocorrido durante a Audiência Pública. “Só sabe como está complicado quem trabalha no setor. Para se ter uma ideia, não chega água no Santuário do Lima, o nosso maior ponto turístico. Por isso, esse é um momento muito importante para nós que fazemos o turismo de Patu”, denunciou.

Já no final da Audiência Pública, o advogado da CAERN, Francisco Rogério, destacou que a responsabilidade dos problemas discutidos deve ser dividida também com o município. “Essa é uma responsabilidade do concedente e do concedido, no caso da prefeitura e da CAERN, mas é preciso se dizer que tudo tem um custo e alguém precisa pagar por isso. De forma que a CAERN não pode arcar com esse problema sozinha”, rebateu o advogado da companhia.

Diante do exposto pelo advogado da CAERN, a vereadora Ana Carla questionou o profissional, sobre o que fazer quando a cobrança é indevida e fruto de um produto não entregue a população. “E o que fazemos quando somos cobrados quando não recebemos? Porque é isso que ocorre em Patu”, indagou a vereadora.

Francisco Rogério explicou que existe uma Ação Civil Pública, celebrado entre a CAERN e o Ministério Público: “Qualquer consumidor que achar que está sendo cobrado indevidamente, deve comparecer a CAERN e registrar o ocorrido”, informou. Ele reconheceu que essa medida não foi divulgada à população. “Acho que o que faltou foi a companhia divulgar esse acordo homologado entre a CAERN e o Ministério Público”, concluiu.

No final da Audiência o gerente regional da Região Oeste da CAERN, Marcio Bruno Dantas, se comprometeu em divulgar nos próximos dias um calendário sobre o abastecimento no município e justificou os principais problemas abordados. “Temos buscado soluções. Uma delas é a divulgação desse calendário. Dizer que a CAERN está atenda e disposta a solucionar essas demandas da cidade de Patu e de outros municípios”, disse.

Como encaminhamento da Audiência, um grupo de trabalho foi criado e uma audiência foi marcada com a governadora e a direção da Companhia para os próximos dias. “Esse grupo de trabalho ficará responsável por discutir e propor soluções para a regularização do abastecimento d´água. Não mediremos esforços para ver o povo de Patu recebendo água da forma correta e com a cobrança devida pelo produto recebido e não de forma irregular”, finalizou Dr. Bernardo.

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