Egoísta, falso interlocutor e prisioneiro do cargo. Esses foram alguns dos termos mais utilizados por deputados peemedebistas para se referir ao vice-presidente Michel Temer (PMDB), na reunião em que decidiram declarar independência da bancada na Câmara em relação ao governo. No encontro a portas fechadas, realizado ontem (11), Temer foi o principal alvo das críticas dos parlamentares, ao lado da presidenta Dilma.
Na avaliação dos peemedebistas, o presidente licenciado do PMDB não funciona como interlocutor do partido com a presidenta e fecha os olhos para a insatisfação da legenda para continuar como vice na chapa da petista à reeleição. Para eles, o vice-presidente desprezou os parlamentares da sigla ao endossar a tentativa de Dilma de isolar o líder Eduardo Cunha (PMDB-RJ). “O Michel não pode falar pela bancada”, sentenciou um deputado que participou da reunião de mais de três horas.
Em nota divulgada ao final do encontro, um item deixou claro o mal-estar entre deputados e Temer. “O único interlocutor da bancada é o Eduardo Cunha”, diz um trecho do documento, aprovado por 39 parlamentares. O isolamento do líder do partido na Câmara foi a principal aposta de Dilma na conversa que teve com Temer no final de semana para tentar conter a crise no PMDB.