Militar torturado no BEC de Caicó: não quero que meu filho sirva ao Exército Brasileiro. Eu urinei sangue

A união pagará quase R$ 100 mil reais pela prática de tortura ocorrida no 1º Batalhão de Engenharia e Construção de Caicó – 1º BEC. A decisão foi do Juiz Federal Antonio José de Carvalho Araújo, da 8ª Vara Federal do Estado. Ele determinou a indenização de 200 salários mínimos, o equivalente a R$ 93 mil reais, a ser pago ao ex-cabo das Forças Armadas Alysson Brilhante, de 27 anos de idade (na foto). Ele reside em Mossoró e trabalha na Petrobras.

O ex-cabo falou com exclusividade ao Blog do Xerife da Cidade:

Blog – Quando foi que você entrou com essa ação contra o 1º BEC?
Alysson – No ano de 2006 após meu desligamento da unidade.
Blog – Como é que foi esse caso de tortura Alysson?
Alysson – Foi durante uma faxina na cantina pelo 2º Sargento Batista. Quando ele mandou a gente pagar flexão juntamente com mais 5 soldados. Aí ele agrediu a gente com cacetete de borracha.
Blog – Como é o nome do seu torturador então?
Alysson – 2º Sargento Batista.
Blog – Foi ele à época que lhe torturou você e outros companheiros?
Alysson – Exatamente. Ele foi quem mais agrediu.
Blog – E você entrou com essa ação no ano de…?
Alysson – No ano de 2006.
Blog – Agora saiu a sentença?
Alysson – Isso. Exatamente.
Blog – Você tinha quantos anos quando serviu ao exército Alysson?
Alysson – Eu entrei no exército com 19 anos de idade.
Blog – E você ficou traumatizado com essa tortura?
Alysson – Com certeza. Eu não quero que um filho meu sirva nunca ao exército. Nunca. O Exército é feito hoje para Sargentos e Oficiais.
Blog – Como era o tipo de tortura. Dê mais detalhes…
Alysson – Além das torturas psicológicas havia as agressões. Eu cheguei até a “urinar sangue”.
Blog – A iniciativa da ação contra o Exército partiu de quem?
Alysson – Pela minha família. E por mim também, né? Quero deixar claro que o comando do batalhão naquela época não apoiou a ação das agressões contra a gente.
Blog – O acusado ainda está no 1º BEC?
Alysson – Ele ainda destaca no 1º BEC. Ele é filho de Caicó.
Blog – Você ficou com traumas psicológicos?

Alysson – Com certeza. Toda vez que eu passo perto de um batalhão ou vejo um soldado fardado eu me lembro da humilhação que eu passei.
Blog – Você é natural de onde?
Alysson – Sou natural de Mossoró e fui servir ao Exército ai em Caicó.
Blog – Você já recebeu o comunicado da indenização.
Alysson – Já. Mas, o Exército ainda tem 30 dias para recorrer.
Blog– Obrigado.
Alysson – Tá bom…

20 respostas

  1. amigo vc acha que só é
    ai no 1BC de caicó?
    vc ñ viu nada!!!
    venha ouvi os PMs
    da nossa bela policia
    Militar de Mossoró!!!!
    vc sabe como é o batizado
    do grupo GTC de Mossoró?
    (é com um braço de cadeira
    e o recruta algemado pé e mão
    na cama, todos do grupo batendo
    na bunda com muita foça!
    isso é só uma ideia como é!
    vcs tem que saber muito o que acontece
    com os nossos PMs do rio grande do norte!

  2. É BRINCADEIRA….. ÔÔÔÔÔ…

    FALANDO SÉRIO, há muito tempo certas práticas foram abolidas, como estas que vitimaram este rapaz, dentro dos quartéis…
    As Forças Armadas hoje trabalham em um sentido de profissionalização, seriedade e competência dos seus componentes.
    Uma lástima que isto tenha ocorrido logo na nosa cidade, né?

    Que este rapaz supere todas as mazelas consequentes de tudo que passou. FELICIDADE!!!!

  3. RAPAZ SE ELE REALMENTE FOI AGREDIDO COM ESSE 5 SOLDADOS O QUE REALMENTE ELES ESTAVAM FAZENDO DENTRO DESSA CANTINA ?
    VC ACHA QUE ELE IA CHEGAR BATENDO NESSES 5 SOLDADOS SEM ELES FAZEREM NADA ?
    RAPAZ ACHO QUE AI TEM ALGUMA COISA VISSE !
    ALGUMA COISA ERRADA.

  4. O Brasil precisa de gente esclarecida como este rapaz. Qualquer tipo de tortura deverá ser divulgado, agressores identificados e cada um busque seus direitos. Indenização justa e merecida, parabéns Alysson pela iniciativa que servirá de exemplo para tantos outros.

  5. Meu caro Xandy nada justifica uma agressão,na certa vc deve ser mais um deles que pratica pois apoia tais atos.Obrigada pleo espaço Xerife!

  6. Infelizmente esse militar sofre algo qu não deveria ter acontecido.Se o Sagento cometeu tais atos deve ser feita justiça. Lembrando que em todas as áreas existem os bons e os maus profissionais. Dentro das atribuições legais de um militar, não estão a tortura e a ofensa. Se bem que acho que a pior de tortura foi psicologica, pois essas deixa cicatrizes dentro da alma e as vezes ficam pelo resto da vida!

  7. Xerife, o Exército Brasileiro é uma instituição séria e não pode e não deve ser enlameado por causa do ato de um sargento ou oficial. Condenar toda a instituição é um grave erro.
    Seria o mesmo de desacreditar toda a Igreja por causa do pecado de um Padre. Ou todo o Judiciário por causa do Juiz Lalau.

  8. Caro Robson, as instituições estão acima das pessoas, agora práticas abusivas e que ferem a dignidade das pessoas precisam ser abolidas e denunciadas quando existirem em qualquer circunstância. Parabéns ao militar pelo seu ato de bravura denunciando o ocorrido e esperamos que a justiça seja feita punindo os responsáveis.

  9. As Forças Armadas estão acima de qualquer legislação: O QUE ESPERAR DE UM SOLDADO PRESO PELO INIMIGO E POR ELE TORTURADO?
    ENTREGAR TODO O PELOTÃO?
    INFORMAR AS FRAQUEZAS DE SUA TROPA?
    BOTAR A GUERRA A PERDER?
    É fácil falar, mas CERTOS TREINAMENTOS VISAM TÃO SOMENTE ENSINAR AO SOLDADO O QUE O ESPERA EM CASO DE GUERRA.
    SE ELE NÃO SABIA NO QUE ESTAVA METIDO, ACHO ESTRANHO. E AINDA FICOU 04 ANOS LÁ?
    FORÇAS ARMADAS: “AME-A OU …NEM VÁ LÁ”.

  10. Epa, FOSFOZOL, peralá, treinamento é uma coisa, tortura e maus tratos, outra bem diferente.
    Lógico, as Forças Armadas preparam o homem pra guerra e numa guerra não se espera moleza, por isso o treinamento deve ser duro, mas com respeito à dignidade dos treinandos.
    Nos treinamentos o soldado pega lama, pega poeira, pega calor, pega frio, passa fome, passa sede…, tudo pra treinar e exercitar a resistência do homem a situações adversas, mas bater com cacetete não faz parte de treinamento nenhum.
    E tamos conversado.

  11. Xerife, não sei realmente o que aconteceu, mas conheço um dos principais envolvidos que é o Sargento Batista, o conheço há mais de 30 anos. É um profissional dedicado à arma de engenharia e construção, filho devotado e amigo fiel, de fidelidade canina. Portanto fica difícil tecer um parecer, tendo em vista só uma versão do ocorrido. Mas, por ser militar e ter passado por alguns cursos chamados “barra pesada” (Pára-quedismo, operações especiais e o estágio inicial do BOPE-RJ – aquele mesmo do filme) posso falar da profissão militar que conheço bem e é para quem tem amor e devoção, tendo em vista que é regido pelo voluntariado e o salário não é “essas coisas”. Quando me voluntariei para participar desses cursos citados anteriormente, fui sabendo de suas conseqüências e ciente do que poderia acontecer comigo no teatro de operações, não fui para, diante da primeira adversidade, colocar o rabinho entre as pernas, fazer beicinho e sair de lá atirando contra tudo e todos, aproveitando dessa justiça que guarda um rancor memorável do regime militar e só quer um motivo para desmoralizar o nosso glorioso Exército Brasileiro, pois hoje em dia se você quiser uma causa ganha na justiça, por mais absurda que seja, basta ser contra as forças armadas que o parecer é sempre contra o ministério da defesa.
    Sei também que a função de um curso de formação, como o de formação de cabo, é moldar o militar para cumprir a missão da sua nova graduação ou posto e, para isso, é necessário que seja lançado mão de alguns expedientes que, perante os olhos dos civis, possam causar certo desconforto ou até mesmo repudia, porém são necessários para que o militar aprenda a agir e tomar medidas sobre pressão, pois vale lembrar que a função fim das forças armadas, que é de garantir a soberania da nação, não pode ser exercida por homens e mulheres sem fibra e disposição que na primeira adversidade sai do combate e corre pra se esconder na barra da saia da mãe. É essencial que seja apurado se realmente ocorreram essas agressões como estão sendo imputadas ao nosso exímio militar, de carreira brilhante até o momento, tendo em vista que estamos vendo só um dos lados.

  12. Xerife, se poder colocar esse comentário como carta seria melhor e ficaria muito agradecido.

    Saudaçoes Vascaínas

    O sentimento não pode parar

  13. Cabo Alysson, vc é um brincante,
    iniciei o comentario citando uma frase do filme “Tropa de elite” pq achei adequado ao ocorrido.
    o nosso tão injustiçado cabo informa que urinou sangue em um treinamento, não sou medico, mais para urinar sangue a patologia do nosso cabo deveria ser gravissima. sou militar da reserva, empresario e engenheiro, servi ao exercito em um batalhão de infantaria na formação de oficial, considerada por muitos a formação mais “puxada” do exercito. passei por muita coisa na minha formação. isso que o nosso cabo relata faz parte do treinamento como coisa basica, chão de oficina. passei por varias coisas que vcs civis classificariam de torturas extremas, mais tido como normal no meio militar pois serve para moldar o soldado para a guerra ao qual ele esta sendo treinado(não se iludam, o exercito treina soldados para a guerra, não um mero emprego com direito a soldo no final do mes) e, nem nos piores dias, cheguei nem perto de urinar sangue, como o nosso alysson relata. entrei em contato com o 1 BEC e fui informado que este fato ocorreu em 2002 e os militares envolvidos foram punidos pela justiça militar, que segundo a nossa constituição, é soberana para julgar seus membros. o que o nosso alysson esta querendo agora? com certeza é lucrar mais, pois ele entrou no exercito simplesmente para ganhar dinheiro com o soldo, nunca por amor à farda. agora acusa este golpe contra uma instituição tão séria como o nosso exercito. boa sorte alysson, e fique feliz com a sua consciencia!

  14. conheço o alisson e o batista
    ele, o ex cb brilhante era um brilhante motorista dedicadisso na sua função q era dirigir muita vezes c sacrificou para servi nossa patria tenho inumeras lembranças dele uma delas foi certa vez voltando para uma folga das bandas do piauí,chovia muito e o para-brisas do onibús quebrou o motorista civil ñ tinha condiçõe de dirigir ele prontamente c ofereceu num ato de compaheirismo, ele c enrolou numa capa de chuva e com um capacete, tocou o resto do trageto no final do destino pegou uma forte peneumonia o cara era bom ja o 2* sgt batista ñ tenho lembraças brilhantes dele no trecho ele ocilava entre um bom proficional coperador mais muito malhador o forte dele era c engrandecer e umilhar quando podia usando de artificio na maioria das vezes a vida pessoal de cada um eu um deichando o profissional de lado era duro conviver com ele num destacamento

  15. Prezado Robson,
    postei um comentário ontem e ficou aqui para aprovação.
    Algum tipo de censura, algo não publicável que impossibilitou a liberação do texto?
    att. Marcelo

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