Apoio a Rosa em 2010 pesa na escolha de 2012

O anúncio da governadora Rosalba Ciarlini, de utilizar o critério da ‘lealdade’ ou da reciprocidade na eleição do próximo ano, é correto do ponto de vista político e revela gratidão pelos aliados de primeira hora.
 
Porém, esse critério pode sofrer algumas alterações justamente em função do novo desenho que foi feito com o rompimento do vice-governador Robinson Faria e a chegada ao governo, do grupo liderado pelo deputado Federal Henrique Alves.

Rosalba sabe que cada município tem sua história e suas características; nem sempre a questão puramente partidária será levada em consideração. A própria governadora recebeu apoios de políticos cujos partidos não comungavam com a escolha da liderança local. Ela sabe também que alguns líderes locais apoiaram sua candidatura de forma individual, escolhendo nomes de outros grupos para completar a chapa majoritária.

O deputado Henrique Alves apoiou a candidatura de Iberê Ferreira em 2010. Depois da posse de Rosalba, em 2011, levou seu PMDB a apoiar o governo da Rosa, mas a adesão foi acompanhada de cinco votos na Assembleia.

Portanto, como se comportará Rosalba Ciarlini nas cidades em que o candidato seja apoiado por Henrique, que em 2010 votou em Iberê e Wilma? Não será fácil.

No caso de José Agripino, que ‘proibiu’ alianças do DEM com o PSD? Rosalba desprezará quem lhe foi fiel e leal na eleição do ano passado?

Caso o critério da governadora seja posto em prática no maior colégio eleitoral do Estado, ela vai apoiar a candidatura do deputado Federal Rogério Marinho, já lançado pelo PSDB, que apoiou a candidatura da mulher de Carlos Augusto antes mesmo do respaldo do DEM. Mas ela também sinalizou que gostaria que seu partido tivesse candidato; e o único nome do DEM em Natal é o do deputado Federal Felipe Maia, que já adiantou não ter nenhum desejo de disputar o pleito.

Nesse caso, como o outro pré-candidato a prefeito de Natal é Hermano Morais, do PMDB, que não ficou com ela no ano passado, interpreta-se que a Rosa já definiu sua situação na capital potiguar: vai apoiar Rogério. Pelo menos no primeiro turno da eleição.

Não há definição fechada em relação ao pleito de 2012. O que a governadora sinalizou é que pretende usar esse critério de quem lhe apoiou em 2010. Está correta. Mas poderá haver mudanças.

Rosalba não gosta de generalizar posições. Sabe que ‘cada caso é um caso’.

Tanto é assim que discordou do presidente nacional de seu partido, o senador José Agripino, em relação aos vetos impostos a candidatos do PSD. Ela sabe que muitos destes que assinaram ficha no partido do vice-governador, estiveram com ela em 2010 e poderão se aliar novamente no futuro. Por isso ela não concordou integralmente com as restrições de Agripino.

Por Túlio Lemos

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