Política

Relator minimiza parte de nova denúncia contra Brisa: ‘Se for assim, os bloquinhos vão se acabar’

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O vereador Daniell Rendall (Republicanos), relator do novo processo de cassação contra a vereadora Brisa Bracchi (PT) na Câmara de Natal, minimizou um trecho da denúncia mais recente. Em entrevista à TV Agora RN, ele afirmou que, em uma leitura preliminar, não vê problema no envio de emenda parlamentar para eventos com cobrança de ingresso.

“Se for isso, os bloquinhos de carnaval da nossa cidade praticamente vão se acabar. Porque o que mais tem é apoio de emendas impositivas e governamentais para esses bloquinhos de carnaval, bloco de São João… A gente precisa agir com muita cautela, com muito cuidado em relação a isso”, afirmou Rendall, na última sexta-feira 28.

O relator acrescentou que esse é o trecho “menos grave” da denúncia. “É necessário apurar os detalhes a fundo. Essa é a acusação menos grave. Eu acho mais grave a situação da emenda impositiva para o custeio de um evento político partidário, pelos fatos que foram divulgados”, destacou.

Ele destacou que há vários eventos tradicionais na cidade que têm apoio do Poder Público ou recebem emenda parlamentar.

“Esse estudo eu realizei. Eu fiz essa pesquisa prévia. Existem inúmeros eventos que tiveram venda de ingresso e que tiveram apoio de emendas impositivas de diversos parlamentares. Na Assembleia Legislativa, eu vi um caso. Na Câmara Federal, eu vi outro caso. Inclusive, tem eventos até bem conhecidos na nossa cidade. Eventos que ocorreram com emendas de parlamentares, deputados estaduais, deputados federais. Então eu vejo essa denúncia menos grave do que a primeira”, enfatizou Daniell Rendall.

Entenda a acusação

O pedido de cassação contra Brisa foi protocolado pelo vereador Matheus Faustino (União). Ele acusa a petista de ter transformado um evento cultural bancado com emenda parlamentar em ato político-partidário. Brisa destinou R$ 18 mil para o Rolé Vermelho, realizado em 9 de agosto. Pelas redes sociais, o evento foi apresentado como uma comemoração da prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além disso, Faustino afirma na nova denúncia que a vereadora destinou emendas parlamentares para eventos que cobraram ingresso, o que, segundo ele, caracteriza “enriquecimento privado às custas do erário, afronta ao interesse público, violação do princípio da impessoalidade, desvio de finalidade, direcionamento político do uso da verba e captura ideológica da política de fomento cultural”.

O novo processo de cassação foi aberto em 26 de novembro, um dia depois de a Câmara Municipal arquivar uma investigação anterior contra Brisa sobre o caso do Rolé Vermelho (sem a questão da cobrança dos ingressos). O encerramento do processo se deu por esgotamento do prazo legal (90 dias) sem que o mérito fosse analisado.

Agora RN

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