Vírus zika pode vir a ser usado contra tumor cerebral

Um estudo publicado por pesquisadores norte-americanos, tenta dar início a uma teoria importante aliando o vírus da zika ao combate a um tipo agressivo de câncer no cérebro, o glioblastoma multiforme, que tem como característica um índice mitótico alto. Ou seja, as células se multiplicam muito rapidamente, não havendo tempo para se diferenciarem, o que as tornam de certa forma parecidas com as células normais.

“Esse estudo entra em uma categoria de tratamento que se chama vírus oncolítico, inovador, mas que já reúne evidências de que a estratégia funciona”, afirma o oncologista clínico, membro da Sociedade Brasileira de Oncologia Clínica, Fábio Nasser. Conforme ele, a pesquisa se propõe, na verdade, a encontrar um vírus que tivesse a capacidade de matar essas células tumorais específicas. Encontraram o vírus da zika.

Eles identificaram no vírus da zika algumas características que o tornaram mais atrativo. Chamou atenção que o vírus é capaz de atacar mais facilmente em um tecido nervoso em formação do que em um já adulto. Essa é a característica que provoca a síndrome congênita do zika. “Pelo modelo experimental, o estudo sugere que esse vírus atua de forma predominante em alguns tipos de células tronco-tumorais, que são as células responsáveis pela perpetuação do tumor, são mais resistentes”, detalha o oncologista.

A facilidade do vírus zika em infectar essas células foi o que despertou a ideia de os pesquisadores desenvolverem cepas de alguns vírus modificados. “A partir daí é que eles vão conseguir desenvolver um vírus que tenha capacidade de resiliência, menos patogênico, mas que preserve a capacidade de infectar as células tumorais”, acrescenta Fábio Nasser.

 

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