Se alguém espera nos próximos dias uma leva de demissões ministeriais, renúncias a funções importantes no Congresso e no governo e reações afins à abertura dos inquéritos pedidos pela lista de Janot e à divulgação dos depoimentos da Odebrecht, é grande a chance de sair frustrado. A palavra de ordem em Brasília hoje é normalidade.
Ainda que esteja todo mundo em pânico, os políticos acusados vão se comportar como se nada estivesse acontecendo, tentando votar e cuidando de outros assuntos da agenda – inclusive, e sobretudo, os do Planalto. O “day after” do tsunami não terá, ao menos na superfície, um cenário de destruição.
Por quê? Porque todo mundo sabe que, apesar da inevitável desmoralização e desgaste político que recairá sobre esses políticos, em Brasília as coisas andam devagar. Até que a citação no inquérito se transforme em investigação de fato, ou produza efeitos concretos, algum tempo se passará.