Donald Trump de fato é polêmico, de fato está longe de ser o candidato ideal, de fato merece todas as desconfianças possíveis. Ainda assim, a imprensa – nacional e internacional – conseguiu se comportar de forma tão tendenciosa que tantas vezes o colocou no papel de vítima. No momento em que a postura ficou mais escancarada, com recordes de audiência sendo quebrados na TV americana, o próprio cidadão local conferiu os pesos e medidas distintos utilizados pelos mediadores dos debates.
O que fez Trump? Não se calou diante do absurdo e denunciou o viés democrata da cobertura, por vezes em tempo real. E, ao que tudo indica, contou com o apoio de vários eleitores. Contudo, a imprensa seguiu reagindo mal e tratou como censura os reclames do candidato republicano.
Mais absurdo ainda era observar o clima de torcida dentro do jornalismo brasileiro, que em pouco ou nada interferiria no resultado das urnas. Era a chance que todos aqueles profissionais tinham para um trabalho sem amarras com qualquer jogo político. Mas preferiram se entregar à torcida, às análises equivocadas, às previsões que nunca se concretizavam e à completa negação das críticas recebidas. Mesmo na madrugada da apuração, faziam pouco caso dos gritos que chegavam das redes sociais contra péssimo trabalho apresentado.
Ou a esquerda repensa a própria postura, ou irá desaparecer. E isso vale também para o jornalismo.