27/02/2018
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A escassez de água quase acabou com a união de dois casais no sítio Bamburral, em Apodi. Geilma Paiva, 44, quase deixou o marido Francinildo Gama pelas dificuldades enfrentadas para manter a casa funcionando sem água. Para lavar roupa, por exemplo, tinha que percorrer 3 km até o rio mais próximo. “Eu disse a ele que se não chegasse água, eu ia embora. Mas graças a Deus chegou”, comemora.
A comunidade foi beneficiada pelo pelo Edital de Acesso à Água do Governo do RN, Governo Cidadão, Sethas e Banco Mundial com a instalação de um poço amazonas para ampliar o abastecimento, construção de nova caixa d’água elevada e redimensionamento das linhas de distribuição, visando garantir o fornecimento às 72 famílias da localidade.
Assim como Geilma, Rita Gomes, 54, estava cansada da rotina no sítio. “Sem água você não é nada. Gosto de plantar e ver tudo nascendo. Eu ia embora e ia deixar meu marido”, conta. Ela também enfrentava a dura realidade de ir até o rio para lavar roupa: saía às 4h da madrugada, lavava a roupa, esperava secar na varanda da vizinha e só voltava pra casa a tarde. “Foi o melhor presente de fim de ano que recebemos”, completa. A água jorrou pela primeira vez em Bamburral no dia 31 de dezembro de 2017.
O agricultor Francisco Rosemberg Lima, 47, está cheio de planos. Quer voltar a plantar hortaliças como alface, pimentão e cheiro-verde, além de capim para alimentar os animais. Morador do sítio desde menino, diz que ver água jorrando na torneira de casa é uma dádiva de Deus. Os irmãos Aldimar e Agnaldo Fernandes lembram que as pessoas faziam fila em frente ao poço da comunidade em busca de água. Agora vão poder usá-la à vontade em suas casas, além de plantar feijão, milho e sorgo para o gado. O projeto em Bamburral inclui ainda instalação de kits de reuso de águas cinza e reflorestamento com árvores frutíferas. O investimento total é de R$ 390 mil.
Para titular da Sethas e coordenador do projeto Governo Cidadão, Vagner Araújo, os investimentos em acesso à água estão evitando que o homem saia do campo e dando a ele possibilidades de subsistência. “Nosso objetivo é proporcionar a essas pessoas maneiras de permanecerem com dignidade onde elas nasceram, cresceram e reconhecem como seu lar, que é a zona rural”, emenda.
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