É Copa: Galvão Bueno histérico; Cléber Machado, irônico; Luís Roberto, elegante
O que desperta mais emoção no telespectador brasileiro? Houve um tempo no qual as novelas exerciam esse papel sensorial. Os romances, o erotismo e o suspense suscitavam taquicardia em quem estava diante da TV.
Hoje, a teledramaturgia mais entretém do que envolve. Poucas tramas fazem o brasileiro se remexer no sofá. Já o futebol televisionado, especialmente durante uma Copa do Mundo, espanta a letargia e coloca o público para torcer e sofrer apaixonadamente.
Os locutores esportivos da TV se tornaram personagens de si mesmos. Cada um tem um estilo – e uma legião de fãs e/ou de críticos. Galvão Bueno, por exemplo, não deixa ninguém titubeante: ou é amado, ou detestado.
Na estreia da Seleção Brasileira na Rússia, contra a Suíça, ele parecia narrar uma final. Estava empolgado e nervoso. Galvão é histriônico, não dosa emoção. Berra e resmunga, achincalha e elogia. Como todo brasileiro, às vezes se comporta como técnico – e não raro chama mais atenção do que o jogo.
Essa passionalidade indisfarçável o transformou no mais famoso e bem pago locutor esportivo da televisão brasileira. E deu a ele o privilégio de escolher o que quer narrar em todas as modalidades esportivas exibidas na Globo.