Governador do Ceará, Cid Gomes, “apresenta” novo Centro de Eventos do Ceará ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra. (Foto: Giselle Dutra /G1)
O Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) se reuniu nesta sexta-feira (13) em Fortaleza para tratar de ajustes na aplicação de do Fundo de Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE), que possui R$ 11 bilhões para serem investidos na região, segundo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, presente no encontro. Também foram discutidas outras questões relacionadas à região, como estiagem, linha de financiamento do Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e desenvolvimento da malha aérea regional.
Entre as mudanças previstas está a de propor novos limites de financiamento para empresas de grande porte, de R$ 30 milhões para R$ 40 milhões em municípios do semiárido nordestino, de baixa renda e exportadores. As empresas de pequeno e médio porte localizadas nessa área e com esse perfil passam o limite de financiamento de R$ 4,5 milhões para R$ 10 milhões.
As empresas de grande porte localizadas em outras áreas que não no semiárido, passam a ter limite de contrair empréstimo de R$ 20 milhões para R$ 30 milhões. As pequenas empresas com esse perfil passam de R$ 3,4 milhões para R$ 7,5 milhões.
O encontro
O encontro ocorreu com duas horas de atraso no novo Centro de Eventos do Ceará, recentemente inaugurado. Antes de iniciar o debate, o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), mostrou parte do prédio ao ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra.
Além do ministro e do governador cearense, participaram da reunião, os governadores de Pernambuco, do Rio Grande do Norte, da Paraíba e o vice-governador do Piauí. Os governadores da Bahia, Alagoas, Sergipe, Maranhão e Minas Gerais, também convidados para o encontro, não compareceram. Para o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), um dos pontos importantes é angariar recursos para malha aérea regional que, segundo ele, é precária.
Mas o que causou impasse nas discussões foi a medida sugerida pelo Banco do Nordeste do Brasil (BNB) e apreciada pelo conselho, prevendo que cerca de 50 mil operações inadimplentes tenham garantia de pagamento de pelo menos 30% da dívida, independente do patrimônio. Atualmente, os devedores colocam seu patrimônio como garantia para adquirir empréstimos com o banco.
O presidente interino do BNB, Paulo Sérgio Ferraro, alegou que a medida é para proteger o patrimônio do banco, uma vez que a taxa de inadimplência referente ao FNE é de 3,4 % e nem sempre o patrimônio dos devedores são equivalentes à dívida.
Após reclamação da governadora do Rio Grande do Norte, Rosalba Ciarlini (DEM), os governadores fecharam a proposta em 25% de garantia de pagamento da dívida.