Produção de castanha de caju no RN deve triplicar até 2030

O Rio Grande do Norte, que hoje figura como o terceiro maior produtor, atrás dos estados do Ceará e do Piauí, pode retomar o protagonismo nacional da produção de castanha de caju, como ocorreu até meados de 2010. É que, segundo prognóstico feito pelo chefe da Embrapa Agroindústria Tropical, Gustavo Saavedra, o estado deve triplicar a produtividade nos próximos oito anos, saltando de 17 mil toneladas para 50 mil toneladas produzidas ao ano.

A estimativa do pesquisador foi apresentada no Seminário da Cajucultura, no Auditório Amâncio Ramalho, na Universidade Federal Rural do Semi-Árido (Ufersa). O evento integra a programação científica da Feira Internacional da Fruticultura Tropical Irrigada (Expofruit), que teve início nesta quarta-feira (24), e segue até a próxima sexta-feira (26) na Estação das Artes Elizeu Ventania, em Mossoró. A realização é do Sebrae no Rio Grande do Norte e do Comitê Executivo de Fruticultura (COEX).

A “virada da cajucultura potiguar”, como classificou Saavedra, deve ocorrer a partir de outubro de 2022, quando serão lançados e inseridos em pomares de regiões serranas do estado, a exemplo de Serra de Santana, dois novos clones de cajueiro-anão desenvolvidos pela Embrapa. Adaptados às condições climáticas da região por meio de melhoramento genético, os clones possuem, como principal característica, a alta produtividade.

Gustavo Saavedra adverte, no entanto, que somente a chegada de novos clones de cajueiro não serão capazes de alavancar a produção. Investir no manejo e no melhoramento genético será determinante para que a produtividade de castanha de caju seja triplicada no Rio Grande do Norte, associado, ainda, ao cultivo em áreas tradicionais, como nos municípios de Severiano Melo e Serra do Mel, na região Oeste.

“Triplicar a produção é uma meta bem realística. O clone 1 e o clone 2, como estão sendo chamados, passaram por testes e performaram muito bem nas regiões de serra, com produtividade bem elevada. Isso traz novas perspectivas para a cajucultura potiguar, a partir do momento que temos disponível, também, excelente melhoramento genético e excelente manejo, indispensáveis ao aumento na produção”, avalia.

Parcerias

Alinhado às novas perspectivas para a cadeia produtiva da cajucultura no estado, o Sebrae-RN desenvolverá, nos próximos três anos, juntamente com parceiros, uma série de novas medidas com vistas ao fortalecimento do setor. O foco, de acordo com o gestor de Fruticultura do Sebrae-RN, Franco Marinho, é a revitalização de pomares e agregação de valor aos produtos produzidos por pequenas agroindústrias.

“O Sebrae atua fortemente na fruticultura, com apoio à tecnologia, inovação, introdução de clones associados, orientação para enxertia, e, atualmente, iniciamos o trabalho de identificação geográfica da castanha de Serra do Mel, de modo que atendemos a todas as regiões do Estado. A ideia é que esse trabalho fique ainda mais intenso nos próximos anos, com o apoio de empresas de extensão, de créditos, de pesquisa, e gestões municipais, para revitalizar a cajucultura em todo o estado”, detalha.

O Seminário de Cajucultura, realizado pelo Sebrae-RN, reuniu produtores e especialistas de diversas regiões do estado, e tratou ainda dos temas: “Oídio no cajueiro – o passado e o presente da doença na cajucultura” e “Cajueiro anão: como explorar seus potenciais”. A Expofruit prossegue nesta quinta-feira (25) com o Fórum da Fruticultura, na programação científica, na Ufersa, e a exposição em estandes de produtos e serviços, na Estação das Artes Elizeu Ventania.

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