Por Josias de Sousa:
Foi tensa a reunião em que os sete integrantes da Mesa diretora da Câmara analisaram a situação de José Genoino. Deu-se a portas fechadas. O presidenteHenrique Eduardo Alves (PMDB-RN) fez o encaminhamento da votação. Disse que, sob “grande constrangimento”, via-se na obrigação de recomendar a abertura do processo de cassação. O vice-presidente André Vargas (PT-PR) reagiu atacando a imprensa.
No dizer do petista Vargas, a Câmara tinha “a obrigação” de se impor, ignorando a “pressão da mídia”. Para ele, os deputados precisam parar de se dobrar diante da “opinião publicada”. Citou “concessões” que os deputados tiveram que fazer para saciar a imprensa. Extinguiram-se até o 14º e o 15º salários dos parlamentares, ele realçou, no seu esforço retórico para convencer os colegas a dispensarem a Genoino um “tratamento humanitário”.
Até esse ponto, André Vargas não fez qualquer menção à hipótese de renúncia de Genoino. Encerrada a peroração, Henrique Alves abriu a coleta dos votos. Fábio Faria (PSD-RN) votou com o presidente, a favor da abertura do processo contra Genoino. Simão Sessin (PP-RJ) foi na mesma linha.