Petrobras conclui transição e 3R Petroleum assume exploração de petróleo e gás no Polo Potiguar

A Petrobras concluiu nesta quarta-feira (7) as operações próprias e o processo de transição do Polo Potiguar, vendido para a 3R Petroleum. A nova empresa assumiu a produção nos campos do Rio Grande do Norte à meia-noite desta quinta-feira (8).

O polo concentra três subpolos de exploração de petróleo e gás, além de toda a estrutura do ativo industrial de Guamaré, que conta, entre outras estruturas, com a refinaria Clara Camarão.

Nesta quarta (7), a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (“ANP”) aprovou a transferência da totalidade da participação da Petrobras no Polo Potiguar para 3R Potiguar, subsidiária integral da companhia.

Segundo fato relevante publicado pela 3R – comunicado a investidores e ao mercado – a transação foi concluída com o pagamento de R$ 5,408 bilhões, que se somam à parcela de R$ 591,95 milhões pagos na assinatura do contrato.

Ainda resta pagamento de US$ 235 milhões que deverá ser feito em quatro parcelas anuais de US$ 58,75 milhões, sendo a primeira em março de 2024.

A aquisição do Polo Potiguar contempla contratos de concessão de 22 campos de óleo e gás, toda a infraestrutura e sistemas de dutos que suportam a operação, além da transferência de todas as instalações do Ativo Industrial de Guamaré, como as unidades de processamento de gás natural, a refinaria de Clara Camarão e o Terminal Aquaviário de Guamaré.

Presidente da Petrobras lamenta

Nomeado para a presidência da Petrobras em 2023, Jean-Paul Prates lamentou a transferência, em publicação nas redes sociais. Senador pelo Rio Grande do Norte até 2022, ele era contra a venda do polo.

“Como Senador da República e presidente da Frente Parlamentar Nacional em Defesa da Petrobras de 2019 a 2022, lutei muito para que o ‘Polo Potiguar’ não fosse vendido, ainda mais como foi: juntando os melhores campos terrestres do Estado com a Refinaria Clara Camarão, terminais, dutos e bases”, disse.

“Infelizmente, apesar disso, a venda se consumou antes da minha posse como presidente da Petrobras e, cumprindo com as determinações do Presidente Lula de reter os ativos não vendidos sem desrespeitar contratos, estamos hoje finalizando o período de transferência física e operacional desses ativos”, escreveu, nesta quarta (7).

Ele afirmou que espera que a empresa sucessora tenha sucesso, competência e capacidade de investimento para corresponder à expectativas geradas por aqueles que defenderam a venda.

Sem dar mais detalhes, Jean-Paul afirmou que a Petrobras não sairá do Rio Grande do Norte, irá reinaugurar a sede de Natal no dia 19 de junho e se “revitalizará fortemente em breve”.

“Espero também que as empresas que venham a ser contratadas, bem como todos aqueles que apoiaram esta venda, colaborem com a manutenção e contratação dos trabalhadores terceirizados, já que argumentaram que tudo isso iria ‘gerar mais empregos’, e não precarizar as condições de trabalho e contratação”, pontuou.

Em um vídeo publicado nas redes sociais nesta quinta-feira (8), voltado aos empregados da Petrobras, o presidente afirmou que a empresa realiza uma pesquisa de mobilidade com trabalhadores do Polo Potiguar para avaliar o interesse de atuação de cada e garantiu que haverá regime de teletrabalho até as alocações nos novos setores.

Sobre o Polo Potiguar

O Polo Potiguar abarca três subpolos de concessões: Canto do Amaro, que é formado por doze concessões de produção onshore (em terra); Alto do Rodrigues, que é formado por sete concessões de produção também em terra; e Ubarana, que é formado por três concessões localizadas em águas rasas, entre 10 e 22 km da costa do município de Guamaré.

“A logística do polo é otimizada pela integração dos campos de produção com uma extensa rede de dutos que transportam os fluidos produzidos até as instalações de processamento e tancagem” localizadas no ativo de Guamaré, informou a 3R Petroleum.

As concessões do Polo Potiguar registraram, em 2023, uma produção média de 16,5 mil barris de óleo por dia e 37,3 mil m³/dia de gás natural. Considerando a produção do Polo Potiguar, a produção proforma da Companhia alcançou 42,3 mil barris de óleo equivalente por dia em abril de 2023.

A empresa ressaltou que o ativo de Guamaré reúne toda a infraestrutura necessária para processamento, refino, logística e armazenamento de óleo e gás oriunda de todos os campos onshore e offshore do Estado do Rio Grande do Norte, incluindo aqueles previamente adquiridos pela 3R (Polos Macau, Areia Branca e Pescada) e os campos operados por outras empresas do setor.

Dentre as estruturas que integram o ativo, destacam-se as estações de tratamento de óleo e água com capacidade para aproximadamente 750.000 barris de fluidos por dia e a refinaria de Clara Camarão, com capacidade instalada para refino de 39,6 mil barris de óleo por dia.

A estrutura atende os mercados de gasolina, diesel, bunker e querosene de aviação do Rio Grande do Norte, Ceará e Paraíba e, segundo a empresa, tem potencial para expandir a atuação nesses mercados e atingir outros estados fronteiriços.

Outra instalação importante no local são as unidades de processamento de gás natural (UPGNs) com capacidade de 1,8 milhão de m³ de gás por dia, além de compressores para exportação de gás que estão conectados às malhas de transporte de gás do Nordeste e Sudeste do país.

“O Polo Potiguar trará flexibilidade comercial para toda a produção da 3R oriunda das concessões localizadas no Rio Grande do Norte: para o óleo, a companhia passa a ter acesso independente ao mercado internacional, podendo exportá-lo via Terminal Aquaviário de Guamaré ou refiná-lo na Refinaria Clara Camarão, abastecendo as distribuidoras locais; e para o gás, acesso a uma nova carteira de clientes localizados na costa brasileira, passando a deter capacidade própria de processamento e compressão”, informou a nova administradora do polo.

“A aquisição do Polo Potiguar representa um marco para história e construção do portfólio da 3R. O ativo amplia substancialmente a escala de produção e a capacidade de reposição e incremento de reservas nos próximos anos, posicionando a companhia como um dos principais players da indústria de óleo e gás da América Latina”, afirma o comunicado assinado por Rodrigo Pizarro, diretor financeiro e de relações com investidores.

G1-RN

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