O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) mandou o ministro de Direitos Humanos, Silvio Almeida, cancelar ato que relembraria os “perseguidos” do golpe militar de 1964 no Museu da República, em Brasília, em 31 de março. A ordem do petista seria para evitar tensionar a relação com os militares e minimizar o destaque para data, que era celebrada pelo governo de Jair Bolsonaro (PL).
Lula quer apaziguar as relações dos militares das Forças Armadas e seus apoiadores —que, em sua maioria, são críticos à presença dos fardados no governo. Segundo apurou o Poder360, o presidente pediu que data seja tratada com “serenidade” por ambos lados.
A relação das Forças Armadas com Lula tem avançado positivamente nos últimos meses por conta da aproximação dos militares no cotidiano do presidente. Isso se dá desde que o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) assumiu postos da segurança presidencial. O ministro da Defesa, José Múcio, também tem sido um dos personagens principais nesse azeitamento.
As cúpulas das Forças Armadas tem enviado sinais para Lula de que não serão coniventes a integrantes que tenham participado de planejamentos de golpe de Estado no governo Bolsonaro (PL). Essas atitudes têm melhorado a relação mútua de confiança, disseram generais ouvidos pelo Poder360. O Poder360 apurou que o comandante do Exército, o general Tomás Paiva, determinou que não haverá ordem do dia em comemoração aos 60 anos do golpe militar de 1964. A decisão é de praxe e foi tomada também no ano passado.
Em 28 de fevereiro, Lula disse querer evitar “remoer o passado” com questões envolvendo os 60 anos do golpe militar de 1964. O presidente afirmou, em entrevista na 3ª feira (27.fev), que os atos antidemocráticos de 8 de Janeiro causam mais preocupação que a lembrança da tomada de poder pelos militares.
Poder 360