Ontem completou 23 anos da morte de Dinarte Mariz

foto-de-dinarte-custom.jpgOntem completou 23 anos da morte de um dos maiores líderes políticos do Rio Grande do Norte: Dinarte Mariz (foto da capa do livro de Agaciel Maia)

Ele faleceu no dia 09 de Julho de 1984.

Dinarte nasceu em 23 de Agosto de 1903. No próximo mês de Agosto, se vivo fosse, iria completar 104 anos de idade.

Começou na política como prefeito de Caicó na década de 1930.

Do livro de Agaciel Maia: “A história política Potiguar não pode ser entendida sem que se conheça a figura do ex-governador do Rio Grande do Norte, Dinarte Mariz, o homem que trouxe a universidade para o Estado. Dinarte foi, com certeza, para a geração a qual pertenço, uma das mais emblemáticas e singulares figuras de homem público

21 respostas

  1. A política nos dias atuais já não é mais encarada como um objeto de seriedade, tal como no tempo em que política era coisa séria, pública e objetiva. Estamos passando por um puro processo em que a verdadeira política está tida como um termo passado, subordinado, ultrapassado. Nas novas técnicas de se fazer política, tais que observadas em vários aspectos da política potiguar, pode-se observar uma presença quase sempre resultante do chamado “Marketing Político”, que de maneira direta ou indireta contribui para o “atropelamento” das maneiras sérias de se fazer política, entre as quais o diálogo público entre liderança e comunidade, comunidade e liderança, espaço até então atuado pela imprensa, que até então não pode-se negar a eficácia e funcionalidade que a imprensa desenvolve no seu benéfico papel de nos manter sempre informados à tudo que acontece em todos os setores e em todos os meios. Mas, ao mesmo tempo em que desenvolve este papel, muitas vezes deixa de nos informar sobre a verdadeira função da política, de se fazer política sem olhar à quem, de nos informar sobre todos os bastidores do tempo em que o mundo viveu a verdadeira política, a política séria, simples e com certeza visível a todos que podessem sentir o seu verdadeiro objetivo. Com isso, considero o trabalho da imprensa fundamental a tudo e a todos que possam sentir o verdadeiro dom da comunicação, mas não deixando de discordar com a opinião descrita no artigo acima, que a imprensa deve interessar-se mais em desenvolver trabalhos que possam mostrar de maneira clara, as antigas e únicas formas em que se faziam política e a quem os faziam, deixando claro, sem sombra de dúvidas, o papel fundamental que a imprensa exerce sobre os mais diversos meios.

  2. Dinarte foi mesmo uma figura emblemática. Nome dos mais importantes na política do RN e do Brasil em seu tempo. As marcas de sua atuação ainda se pode ver por aí, tanto em obras de quando foi governador e senador, quanto nos cabides de emprego que gerenciou, conduzindo levas de seridoenses para pendurar nos gabinetes de Brasília – tudo pago com o o dinheiro do contribuinte. Sem falar nas danosas conseqüências, nos traumas e perdas dos perseguidos pela ditadura a que ele ferrenhamente serviu. É uma personagem que merece ser estudada desapaixonadamente, levando em consideração os dois lados de sua controvertida história.

  3. Jorge, prolixo em demasia parece um cachoro correndo atrás do rabo. John, objetivo, preciso, conciso e, acima de tudo verdadeiro.

  4. Se este fosse um ano eleitoral, com certeza teria acontecido missa, café da manhã e muitas homenagens ao velho do coração do povo, da mesma forma que aconteceu em 2004, com missa, não só para Dinarte, mais também para, Milton Marinho e Carlindo Dantas. Tudo em nome da bandeira vermelha.

  5. Realmente, um político polêmico e controvertido. Em termos de “bolsa” e distribuição de renda, foi o político brasileiro que mais concedeu a “bolsa-emprego público”, com os seus apadrinhados em perfeitos currais eleitorais.

  6. Concordo com o Jonh que Dinarte tem que ser avaliado desapaixonadamente. Só não posso concordar com a parte em que ele insinua que Dinarte diretamente coadunou com as perseguições políticas e traumas da ditadura. Quem conheceu a figura humana de Dinarte, sabe como ele abrigou até os (mal) chamados de “comunistas” do Estado. Está aí a família de Djalma Maranhão e tantos outros que conseguiram no velho Dinarte um abrigo protetor das atrocidades de alguns do período da ditadura. Quanto ao cabide de empregos, concordo que nos dias de hoje seria um absurdo. Mas quando falamos de 30 anos atrás, falamos de um Seridó decadente do período algodoeiro, de um Seridó sem oportunidades, de um Brasil dependente de uma Máquina Estatal fortíssima, de uma economia de mercado ainda fechada, e o pragmatismo sertanejo de Dinarte não teve dúvidas de ajudar seus conterrâneos. Perguntado certa vez se não estaria exagerando na dose, de nomear tantos seridoenses em cargos públicos, tudo sem concurso público, ele respondeu sem pestanejar: “Meu filho, o seridoense já é um concursado pela vida.” Certo ou errado, pode se discutir sua ideologia, seu lado reacionário, mas, me desculpe Jonh, respeito sua opinião, mas a história de um homem com posições tão claras e firmes não pode ser, de maneira nenhuma, controvertida.
    Abraço a todos.

  7. Olha xerife Robson, realmente o velho Dinarte foi um emblema na política do Rio Grande do Norte, e, diferentemente dessa corja de hoje, foi um homem que entrou na política com um grande cabedal e saiu pobre, porque era honesto.
    Só há um senão na vida dele, que foi aceitar ser Senador Biônico, essa excrescência criada por Geisel no famigerado Pacote de Abril de 1977. Na minha opinião, ele ou devia ter deixado a vida pública, ou então enfrentar as urnas, coisa que sempre teve sucesso.

  8. A análise sistemática da obra de Agaciel MAIA, a mais recente que fala de Dinarte Mariz. Nessa leitura vemos que o autor procura mostrar de uma maneira emblemática a história política do Seridó e a história de Dinarte Mariz como se fossem complementares, para tanto se cita “muitas vezes; não sabemos discernir onde começa a vida de Dinarte Mariz e onde começa a história política da região Seridó

  9. Caro Robson Pires, eu enviei comentário acima a respeito de Dinarte Mariz, finalizando que ele sempre teve sucesso nas urnas, mas a bem da verdade, corrijo para dizer que ele não obteve vitória nem em 1960, quando seus candidatos a governador e vice, Djalma Marinho e Vingt Rosado perderam para Aluízio e Mons. Walfredo, e na eleição seguinte para governador em que ele perdeu para Walfredo e Clóvis Mota, se não estou enganado. Nesse tempo eu não era nem nascido. Quem pode confirmar é miolo de aroeira, que para mim é dos Cosmim e se chama miolo de bambu, ou seja só tem vento.

  10. Os argumentos do Sr. Maurício não resistem a uma análise imparcial. Como avaliar o comportamento de um político que abrigava perseguidos e dava apoio intitucional aos perseguidores (É a política do morde-assopra?). Então Dianrte servia a dois Senhores?
    Quanto ao bolsa-funcionalismo, nem sempre eram descamisados os agraciados: todos conhecem aquela família daquele fazendeiro de Caicó toda “empregada” na UFRN, só para citar um exemplo, dentre centenas deles.
    Respeito a história de Dinarte e admito sua grandeza, mas não aceito que se relativize o peso de suas arbitrariedades e oportunismo.

  11. Caro John, em nenhum momento disse que não houve excessos no cabide de empregos. Concordo sim que a bondade de Dinarte deu boa vida a muito “sem futuro”. Não relativizei o peso de suas arbritariedades. Agora, dizer que Dinarte servia a dois Senhores e fazia uma política de morde-assopra é, no mínimo fazer uma análise superficial da situação. Quem conheceu Dinarte sabe que ele apoiou o golpe de 64 por convicção ideológica, certa ou errada. Ele tinha a certeza que a instabilidade política da época e o contexto mundial (não só a amperica latina, como também pontos na europa) rumava para um período de cerceamento da democracia. Para a esquerda ou para a direita, seguindo a bipolaridade do mundo de então. Dinarte defendeu o que acreditava. Concordo e sou revoltado com o mergulho de 24 anos na escuridão da ditadura, com a censura da imprensa e com as torturas. Mas colocar todo mundo que estava no regime na vala comum, como anti-democrático, torturador é cometer o erro da generalização. Dinarte tem sua responsabilidade sim pela sustentação do regime. Não acreditava numa abertura política com rupturas. Acho, sinceramente, que o velho senador não acertou em votar contra as DIRETAS. Manteve-se irredutível. Sempre achava que a abertura deveria ser lenta e gradual. Como foi, aliás. Uma vez me disse que ´tinha dúvidas que o Brasil estivesse pronto culturalmente para pagar o preço da plena democracia. E eu, Jonh, sempre respondia que o Brasil só estaria pronto para a democracia plena depois que pagasse o preço. Estamos pgando e, estou certo, que temos que pagar. É a única saída para dar maturidade à Democracia. Me perguntava sempre se as posições de Dinarte não eram tendenciosas pelo poder que o Governo Militar lhe dava. Cheguei à conclusão, minha conlusão pelo menos, que não. Com quem conversei, principalmente adversários de Dinarte no plano nacional (fora das futricas regionais, normais de acontecer), a opinião era quase sempre a mesma. Dinarte errou e errou muito nas suas, muitas vezes radicais, posições ideológicas. Tudo que fez, porém ( e aí desde dos anos vinte e trinta), foi com sinceridade. E uma outra opinião destes, esta unânime: nunca fez política por dinheiro.
    Desculpe a texto extenso jonh, um abraço.

  12. QWERT DE SOUZA era frequentador assíduo da finada Ana Raposa. Aliás, esse povo todo do logradouro dos Enéas, além de usar e abusar daquele ambiente, por sinal muito bom, ainda tinham o costume de deixar pendura. Ainda hoje os herdeiros da finada têm uma carteirinha com muitas anotações de dívidas. Quem se habilita a citar nomes?

  13. A história está cheia de reacionários e totalitaristas que atentaram contra a humanidade, em nome da ideologia. Hitler foi um deles, Bush é outro… e aqui não vai nenhuma comparação, é apenas uma referência, Sr. Maurício.
    Com políticos pensando como o Sr. afirma que Dinarte Mariz pensava, nenhum Estado estaria maduro para a democracia…

  14. Jonh,
    Frases de efeito, ao meu ver, não ajudam em nada a fazer análises desapaixoanadas.
    Senão vejamos, seguindo seu exemplo:
    A história está cheia de humanistas, estadistas que promoveram mudanças sociais progressistas, em nome da ideologia. Churchill foi um deles, Gandhi é outro, Luther King também… e aqui não vai nenhuma comparação, é apenas uma referência, Sr. Jonh.
    Com políticos pensando como Dinarte Mariz pensava, os governantes teriam obsessão pela educação da população. E não há combustível maior para amadurecer a democracia do que a educação da sociedade.
    Com políticos pensando como Dinarte Mariz pensava, a política seria mais humana e solidária.
    Com políticos pensando como Dinarte Mariz pensava, política não seria instrumento para enriquecimento pessoal, a grande praga da classe hoje.
    etc… etc… etc…
    Tá vendo? Pode até soar bem, fazer bem pra vaidade, impressionar alguns ou dar uma sensação de que somos bom argumentadores, mas não é uma análise, nem de longe desapaixonada. Quem gosta de Dinarte concordaria com minhas palavras, quem não gosta daria razão às suas. E tenho certeza que a análise imparcial de que você fala não é essa.
    Dinarte não é unanimidade. Muito pelo contrário. Foi um homem do seu tempo. Preso na Revolução de 30, participou do combate à Intentona Comunista (e olha que já fui do Partidão), vivia num país com mais de 60% de analfabetos e população eminentemente rural, onde a democracia por muitos anos mascarou o fortalecimento de oligarquias e grupos econômicos isolados (café, leite). Já falei que não pude, nem posso concordar com ele sobre o tema “abertura política”. Mas já passei do tempo de ser incontestável, da impetuosidade de ter verdades absolutas. É apenas isso que quero dizer. Discordei muito de Dinarte a vida inteira. Eu me perguntava às vezes porque ele estava vangloriando Caicó pra mim, sendo demagogo, quando, à época, eu nem conhecia Caicó. Tinha uma certa revolta quando via algumas pessoas em Brasília, há 30 anos, sem qualificação nenhuma com um belo salário, simplesmente porque era filho/sobrinho de um cumpadre de Dinarte. Depois só encontrei um jeito de entender Dinarte. Seu objetivo era contribuir da forma mais abrangente possível. Ajudando. Dinarte defendia como poucos, em nível nacional, ações para combater os efeitos da eterna seca no semi-árido, da condição do pequeno agricultor, ao mesmo tempo que não se negava a dar dinheiro a um sertanejo que lhe procurava no meio do tempo, seja no RN, no PI ou em qualquer outro Estado (digo isso porque achava a emola uma demagogia incurável, uma compra momentânea de paz interior). Construiu, em seu governo, uma universidade, e ainda financiava, do próprio bolso, muitos que queriam estudar na Capital ou mesmo em cursos fora do Estado do RN. Segundo contam, aí não tenho informações precisas, seu adversário, quando pôde, perseguiu pessoas (não políticas) pura e simplesmente por ser ligadas ao Senador; porém quando era procurado por uma pessoa ligada ao Dr. Aluísio, e disto sou prova, Dinarte fazia por ele o que fazia pelos amigos. Por isso, Jonh, que repito: Não dá pra explicar Dinarte nos dias e na política de hoje. Dinarte era um homem do seu tempo.
    Um homem bom.
    Abraço e peço desculpas pela segunda e última vez pelo texto extenso.

  15. Realmente, o velho Dinarte Mariz inchou a Secretaria de Tributação do Estado com fiscais semi-analfabetos, muitos deles que mal sabiam assinar o próprio nome, mas que por proteção do velho guardião da ditadura militar, aposentaram-se com salários de marajás, onde muitos deles percebem atualmente a “besteira” de 15 mil reais. E não é só isso não, até no Banco do Brasil e seus “concursos”, muita gente foi “passado” sob a sua proteção.

  16. Política é e sempre foi uma coisa boa, já que o significado dela é:A arte de bem governar os povos. Só que os políticos esqueceram isso e só fazem politicagem, esta sim uma coisa ruim, segundo o “Aurélio : política estreita, mesquinha e de interesses pessoais em detrimento do bem comum.

  17. “Frases de efeito, ao meu ver, não ajudam em nada a fazer análises desapaixonadas.”
    Essa sim, é uma frase de efeito!!!
    Já que o debate está se encerrando, gostaria de externar dois pensamentos sobre o que se discutiu aqui:
    1) A leitura que a história precisa construir de Dinarte (como de qualquer outro cidadão) tem que considerar, também, o contraditório. Ouvir e reproduzir apenas o pensamento de correligionários, parceiros ou amigos íntimos desequilibra a balança e transforma historicidade em bajulação (vejam por exemplo o Solidão,Solidões, de Diógenes C. Lima).
    2) Tudo o que o Sr. Maurício vivenciou, como amigo pessoal de Dinarte Mariz, pode ser verdadeiro, mas não atenua nem apaga o fato de o Velho Senador ter sido servo da Ditadura – no nível de um Jarbas Passarinho e de um Antônio Carlos Magalhães.
    Em tempo: para mim, Dinarte supera em importância política e histórica, em muito, a citada figura do Aluísio Alves.

  18. Caro Jonh,
    Vamos deixar pra lá nossos conceitos de frase de efeito.
    Tirando isso, acho que você tem COMPLETAMENTE razão nos outros dois pontos que tratou.
    Sem dúvidas, é uma pessoa com rara clareza de raciocínio.
    Parabéns por ter paciência com esse ancião aqui. A experiência caquética sempre perde para o frescor das idéias jovias.
    Abraço e foi uma satisfação.

  19. Robson,
    Certa vez, escutei um militante do PT de Natal, falar que Dinarte, apesar de defender a ditadura, nunca deixou de ajudar os conterrâneos, e citou o caso do dr. Salomão, o mesmo que hoje é prefeito de Janduís, que quando voltou da Russia, foi Dinarte que interferiu junto ao Governo Militar para que o mesmo, tivesse seu diploma reconhecido no Brasil.

  20. Mas foi esse mesmo Dinarte que colocou “Frasqueira” que era um simples pedreiro e analfabeto, pra ser fiscal da fazenda em Caicó, Renato clemente no B.B. Nicodemo, Rogério Gurgel, carlos memeu da bateria, todos como professoresda ufrn.

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