Após o Tribunal de Contas da União (TCU) liberar a continuidade do processo de relicitação do Aeroporto Internacional Aluízio Alves, em São Gonçalo do Amarante (RN), no julgamento ocorrido na última quinta-feira (18), o Ministério dos Portos e Aeroportos estima que o novo concessionário vai começar a operar o terminal aéreo cerca de seis meses depois de o novo leilão aeroportuário acontecer.
Antes do certame, segundo o TCU, a Anac ainda terá de definir o valor final da indenização ao atual concessionário, a Inframérica — que decidiu devolver a administração do aeroporto em março de 2020, alegando prejuízos financeiros com a operação dos serviços. A Inframerica alega ter investido mais de R$ 700 milhões no terminal.
O aeroporto de São Gonçalo do Amarante é o primeiro a passar pelo procedimento de relicitação criado pela Lei 13.448/2017. Ainda de acordo com o TCU, antes da publicação do edital de relicitação, a Anac deverá esclarecer, no próximo edital, que não será exigida do licitante vencedor a garantia da proposta comercial e de execução contratual.
O TCU também recomendou à Anac que não publique edital de licitação sem tornar público aos interessados o valor da indenização referente aos bens reversíveis não amortizados ou depreciados devida à concessionária.
No final do ano passado, a Anac fechou em R$ 549 milhões o cálculo de indenização que deverá ser pago para a Inframerica. O valor, contudo, ainda precisa ser certificado por auditoria independente. A empresa contratada para fazer o serviço é a PwC, a mesma empresa que fez auditoria contábil da Americanas, recentemente envolvida em um escândalo de R$ 40 bilhões em dívidas não contabilizadas nos balanços. A agência deverá, ainda, promover o acompanhamento frequente dos bens considerados reversíveis e de seus valores, para a indenização devida aos futuros concessionários.
Conforme previsto na lei de relicitação, os recursos destinados ao pagamento da indenização devida à concessionária serão oriundos do lance vencedor do leilão da nova concessão.