Procedimento pouco conhecido no Brasil, o transplante fecal está prestes a ser realizado em Belo Horizonte. O Hospital das Clínicas, da UFMG, que constituiu o primeiro banco de fezes do país, divulgou nesta semana que está em fase de análise e seleção de pacientes para realizar o procedimento. A cirurgia é indicada para pacientes com infecção recorrente ou refratária causada pelo clostridium difficile.
Segundo informações do hospital, o transplante consiste na infusão de uma solução composta por substrato fecal de pessoas sadias no paciente doente. De acordo com a UFMG, uma triagem inicial com grupos de doadores saudáveis foi realizada em março e o material doado foi encaminhado ao banco de tumores e tecidos do IAG. Lá é feito o processamento e preparo das fezes para armazenamento. Elas ficam em um ultrafreezer à temperatura de menos 80 graus, para garantir a viabilidade a longo prazo.
O hospital tem material suficiente para pelo menos cinco transplantes. De acordo com o chefe do Instituto Alfa de Gastroenterologia do Hospital das Clínicas da UFMG, Luiz Gonzaga Vaz Coelho, o procedimento se assemelha à uma colonoscopia tradicional, mas tem a infusão da microbiota.