Exportação de peixes cresce 33% no RN

A exportação de peixes pelo Rio Grande do Norte cresceu na passagem de 2017 para 2018. Dados do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias do Rio Grande do Norte (CIN/Fiern) apontam que o valor comercializado ao longo do ano passado cresceu 33,27% – saindo dos US$ 14,851 milhões em 2017 para US$ 19,793 milhões em 2018. A quantidade de toneladas enviadas ao mercado internacional também cresceu, mas em proporção menor: 15,60%. A variação cambial, com o dólar mais valorizado em relação ao real e margeando os R$ 4,00 no período, é apontada como causa do crescimento do valor negociado. No período, o atum se tornou um dos pescados mais comercializados e de maior valor agregado.

A meta dos produtores é ampliar as exportações e formalizar a pesca do atum, um dos peixes mais demandados pelos consumidores internacionais, cuja produção está em franca expansão no Rio Grande do Norte. “A questão do câmbio ajudou, assim como a demanda que é crescente no mercado internacional. Mas temos um problema a resolver, que é o crescimento desordenado da pesca no Rio Grande do Norte e no Ceará, principais produtores de atuam no Brasil”, aponta Gabriel Calzavara, presidente do Sindicato da Indústria de Pesca do Estado do Rio Grande do Norte (Sindipesca/RN).

Conforme dados apresentados semana passada durante a 11ª Sessão Ordinária do Comitê Permanente de Gestão de Atuns e Afins na Fiern, o Rio Grande do Norte expandiu a produção de atuam de 5,5 mil toneladas em 2012, para cerca de 11 mil toneladas em 2017. Essa quantidade de pescado movimentou cerca de R$ 222.750,00 na economia local. O Estado é o segundo maior produtor de atum do Brasil, com 41% do total pescado, ficando somente atrás do Ceará, que responde por 52% do total produzido. No total, a pesca de atum na costa brasileira gerou negócios da ordem de R$ 428 milhões em 2017, conforme o Sindipesca/RN.

Questionado sobre a motivação dessa evolução no setor, Gabriel Calzavara explica que o número de pequenas embarcações trabalhando especificamente na pesca do atum cresceu ao longo dos anos no Estado. “Houve o surgimento de uma frota pequena, com um nova modalidade de pesca. São 120 barcos, em média, espalhados pela costa do Rio Grande do Norte, com capacidade estocagem de 20 toneladas de pescado cada”, destaca Calzavara. Na atualidade, junto ao Sindipesca/RN, pelo menos 19 empresas exploram esse tipo de pescado. Há, ainda, centenas de pequenos pescadores que lidam na informalidade e o objetivo do Sindicato é formalizá-los.

“A pesca do atum ainda está muito na informalidade no Rio Grande do Norte. Estamos tentando formalizá-la, regulamentá-la. Nós precisamos regular essa cadeia. O recurso pesqueiro do atum é migrador, por isso precisamos estar preparados e unidos. Existem 53 outros países pescando atum no Oceano Atlântico e a concorrência é crescente”, frisa Gabriel Calzavara. Por ano, o Brasil pesca cerca de 50 mil toneladas de atum.

Há, porém, um termo entre os empresários do setor. A Comissão Internacional de Conservação do Atum no Atlântico (ICCAT, na sigla em inglês), poderá reduzir o limite de pesca do atum pelo Brasil. A Comissão é responsável pela fiscalização do quantitativo de atum extraído do Oceano Atlántico e delimita o volume de toneladas para cada um dos 53 países que a integram. O limite máximo sustentável que existe hoje, dividido entre as federações, é de 500 mil toneladas pescadas por ano. De acordo com Gabriel Calzavara, se o Brasil conseguir manter a cota atual, de 50 mil toneladas/ano, poderá ampliar os negócios e fazer girar R$ 1 bilhão na economia. “É um efeito multiplicador de emprego e renda”, argumenta. Somente em novembro, numa nova rodada de reuniões da Comissão, cada País saberá quanto irá poder pescar.

Tribuna do Norte

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