Alcides Edgardo Ghiggia, atacante que calou o Brasil e o estádio do Maracanã ao marcar gol do título do Uruguai contra a seleção nacional, na vitória por 2 a 1, na Copa do Mundo de 1950, se calou para sempre neste dia 16 de julho, justamente a data do aniversário de 65 anos do Maracanazo. Aos 88 anos, o ex-jogador não resistiu a uma parada cardíaca e faleceu. Ghiggia era o único dos atletas que entraram em campo na partida que definiu o bicampeonato uruguaio que ainda estava vivo. “Apenas três pessoas calaram o Maracanã: o Papa João Paulo II, Frank Sinatra e eu”, dizia orgulhoso.
Depois de calar mais de 200 mil pessoas, Ghiggia comentou. “Depois do gol, o silêncio foi incrível”, destacou. “A torcida nunca me impressionou. Entrava em campo para jogar e ganhar, nunca gostei de perder. Depois do jogo, os brasileiros me disseram: ‘o triunfo do Uruguai foi um aprendizado para nós, porque o Brasil inteiro achava que já havíamos ganhado a Copa do Mundo antes de jogar. Aprendemos um pouco sobre humildade”.
Ghiggia marcou o gol aos 34 minutos do segundo tempo da decisão. Ele avançou pela ponta-direita, passou pelos marcadores Bigode e Juvenal e chutou com violência no canto esquerdo do goleiro Barbosa. O ídolo do futebol uruguaio só jogou a Copa de 50 por seu país, pois se transferiu para a Itália e por lá ficou entre 1953 e 1962. O Uruguai se negava a convocar atletas expatriados.