
O ex-ministro da Educação Victor Godoy (foto) criticou neste sábado (7) a linguagem neutra adotada em cerimônias de posse ao longo desta primeira semana do governo Lula.
“Para agradar uma parcela minoritária da população, podem colocar em risco a educação de milhões de crianças, prejudicando o futuro de nossa nação”, escreveu no Twitter.
“É lamentável ver a nossa língua ser deturpada em cerimônias oficiais do Governo, justamente por quem deveria zelar por um dos maiores patrimônios do povo brasileiro”, acrescentou.
Em algumas cerimônias de posse dos novos ministros, integrantes do governo Lula, como o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, usaram o termo “todes”, no lugar de“todos”. A palavra é usada na chamada linguagem neutra.
Uma resposta
Qualquer mudança numa língua não se processa aleatoriamente, principalmente, quando se trata da ortografia e, ainda mais, no que é interno na língua (a gramática da língua). Não é o governo que determina a mudança ou variação linguística. A linguística, disciplina que trata do estudo das línguas naturais é uma ciência, não é uma invenção politico partidária. Santa ignorância destas determinações! A evolução da LP também é histórica e não há registro etimológico do pronome indefinido, todo, como pronome neutro. No português, este pronome adjetivo varia de acordo com o nome determinado. A nossa gramática apresenta substantivo fem/masc; comum de dois gêneros, sobre comum e epicenos. Para que ocorra uma mudança radical como em “todes”, certamente, isto
deverá ser discutido entre os países lusófonos, como ocorreu com a última reforma ortográfica da LP.