Facebook identificará autores de posts políticos

O Facebook afirmou nesta sexta (6) que passará a exigir identificação e localização de quem quiser divulgar anúncios políticos e eleitorais em sua plataforma, inclusive mensagens sobre temas sensíveis que estejam no debate público em diferentes países.

A medida é anunciada no momento em que a empresa está acuada por controvérsias em três frentes: a forma como lida com dados de usuários; a origem escusa de parte do que divulga e sua responsabilidade na disseminação de notícias falsas.

Na próxima semana, o fundador e CEO da firma, Mark Zuckerberg, vai depor ao Senado (dia 10) e à Câmara (11) a respeito de escândalos recentes de violação de dados e de suposta interferência estrangeira nas eleições americanas por meio do Facebook.

“Apoiar um discurso positivo e evitar interferência nas eleições é uma das minhas principais prioridades para este ano”, afirmou Zuckerberg, citando o Brasil, Índia, México, EUA e Paquistão como exemplos de países com grandes disputas eleitorais nos próximos meses.

Com as mudanças, anúncios políticos ou sobre temas políticos passarão a ter um ícone no canto superior esquerdo, identificando-os como tal e informando quem paga pelo material -de forma semelhante ao que ocorre em spots políticos na TV.

A empresa diz querer por a ferramenta no ar até o fim de junho e estendê-la a outros países na sequência.

Não está claro, porém, o que será considerado “tópico sensível”. O Facebook diz estar trabalhando numa lista com parceiros, e que quaisquer anúncios sobre temas “que estejam sendo debatidos em âmbito nacional” passarão por sua verificação.

Só depois desse processo o material será divulgado.

Nos EUA, posts sobre temas como imigração, porte de armas, direitos de pessoas LGBT e questões raciais foram usados por perfis fraudulentos, mantidos por agentes russos, para divulgar boatos e fomentar a divisão durante as eleições de 2016. A empresa já admitiu culpa e baniu centenas de páginas e perfis desde então.

Segundo Zuckerberg, os usuários ganharão acesso a outros anúncios do mesmo patrocinador, inclusive os que não forem direcionados a seu perfil, e a um buscador de posts patrocinados.

MEA-CULPA

As medidas visam reduzir a brecha para interferência e manipulação de eleições por meio da plataforma.

São, também, mais uma tentativa de reagir à crise de credibilidade em que a empresa mergulhou desde que veio à tona que a empresa britânica Cambridge Analytica usou dados de usuários para direcionar anúncios polarizadores ou falsos e que contas russas disseminaram publicações manipuladoras.

No comunicado desta sexta, os vice-presidentes do Facebook Rob Goldman e Alex Himel admitem que a empresa foi lenta para identificar a interferência estrangeira nas eleições dos EUA em 2016. “As atualizações foram pensadas para evitar abusos futuros em eleições”, disseram.

Zuckerberg se disse comprometido em promover as mudanças a tempo das eleições deste ano -inclusive as do Brasil, em outubro, e também as legislativas americanas, em novembro- ainda que isso exija contratações.

O fundador do Facebook declarou ainda que a companhia agora apoia a Lei pela Publicidade Honesta, projeto em discussão no Congresso dos EUA e que pretende tornar obrigatória a divulgação de quem financia posts políticos em redes sociais.

Antes, a proposta fora combatida pela empresa.

Um dos pontos da controvérsia em relação ao Facebook é que a empresa alega não estar no negócio de mídia e se exime de leis e regulações vigentes para o setor, inclusive no que diz respeito à lei eleitoral, que exige transparência a respeito de quem financia propaganda. Com informações da Folhapress.

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