Enem: redações debochadas expõem fragilidade do sistema de correção

A Revista Veja destaca que desde que se tornou um grande vestibular, em 2009, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não dá sossego a seus participantes: os problemas com a avaliação já variaram do furto de provas a erros de impressão. Neste ano, a novidade é que a falha só veio à tona bem depois da realização da prova – depois, até mesmo, de os cantidatos terem utilizado as notas para ingressar em universidades.

Na semana passada, foram tornadas públicas redações em que candidatos enxertaram em suas redações receita de macarrão instantâneo e até um trecho do hino do clube de futebol Palmeiras. A primeira obteve nota 560 e a segunda, 500 — dos 1.000 pontos possíveis. Os responsáveis pelo Enem vieram, então, a público para garantir que as notas atribuídas aos textos debochados obedeceram o regulamento da prova. Só depois, decidiram atuar (a posteriori, mais uma vez), prometendo que a partir deste ano os “engraçadinhos” poderão ser punidos com nota zero. Professores e educadores apontam, contudo, que mais grave é o que o episódio revelou: fragilidade do sistema de avaliação das dissertações.

Para Eduardo Antônio Lopes, professor de redação do Anglo Vestibulares, está correta a decisão de não anular as redações citadas. Isso porque tal situação não estava prevista em regulamento. O professor considera evidente, contudo, que houve supervalorização dos pontos positivos do texto. Ou pior: o corretor pode ter lido somente o primeiro e o último parágrafos. “As duas hipóteses mostram que se trata de uma correção de má qualidade”, diz Lopes.

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