Quando se fala em crescimento econômico, principalmente no Nordeste, vem à tona a figura da guerra fiscal, fazendo frente aos benefícios fiscais e financeiros concedidos pelos estados às grandes empresas, para que estas se instalem em seus territórios.
Desde 2004 os estados nordestinos vêm discutindo o fim da guerra fiscal, onde o Rio Grande do Norte, por exemplo, tinha uma projeção de perdas de R$ R$ 10 milhões com o regime diferenciado concedido aos setores de drogas e medicamentos, construção civil, indústria de redes e produtos similares e comércio atacadista de alimentos e bebidas.
“Eles (os estados) fazem isso porque não tem outra força de recurso e não há nenhum projeto para resolver”, disse o doutor em Economia Wilson Cano (foto), em visita ao município de Caicó.
O economista confirmou que o próprio governo federal fecha os olhos e acaba criando disputas até na justiça com ações de inconstitucionalidade. “Antes tinha a concessão de subsídios públicos, mas aquele projeto passava por um crivo, verificando quais os benefícios para a região onde você estase instalando”, disse Wilson Cano.
Hoje em dia, muitas empresas oferecem pouquíssimos resultados práticos, como a geração de emprego e renda. Ao contrário, o doutor Cano lembra que muitas dessas instalações são tão transitórias que podem ser vendidas ou fechadas a qualquer momento, sem prejuízo para as sedes das empresas.