Cinquenta e sete anos depois do suicídio de Getúlio Vargas, a presidente da República matou uma faxineira imaginária durante o jantar no Palácio do Jaburu que reuniu o que há de pior nos dois maiores partidos da aliança governista. Em agosto de 1954, acuado por inimigos, Getúlio escapou do cerco com o mais dramático dos gestos. “Saio da vida para entrar na História”, escreveu no fecho da carta-testamento. “Nós viemos aqui pra bebê ou pra conversá?”, perguntou Dilma Rousseff na abertura da noitada com bons companheiros.
Na continuação do falatório, entre uma troca de sorrisos cúmplices com José Sarney e um olhar de inveja para a segunda-dama Marcela Temer, a convidada de honra comunicou o falecimento da faxineira que nunca existiu. “Quando estou com o PMDB, eu me sinto em casa”, emocionou-se. Uma casa habitada pelo PMDB não sabe o que é limpeza. Mas Dilma deixou claro que está feliz com o casamento (em regime de comunhão de bens públicos) que a uniu ao que Ciro Gomes, num surto de lucidez, qualificou de “ajuntamento de assaltantes”.
Uma resposta
Daquilo que uns não gostam, outros enchem a barriga