Conselho do Ministério Público questiona investigação do caixa 2 do DEM

agripino rosa JH

O senador José Agripino, presidente nacional do DEM, se defendeu da denúncia apresentada pela Istoé na semana passada afirmando que era um assunto antigo, já superado. Pois bem. Agora, o Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) quer saber o porquê desse assunto ser “tão antigo” e não ter tido a devido investigação. Tanto é que o CNMP abriu procedimento para apurar o arquivamento da matéria, desengavetada pela atual procurador-geral da República.

O caixa 2 do DEM no Rio Grande do Norte teria ocorrido na campanha de 2006, quando Rosalba Ciarlini foi eleita senadora da República. Os áudios interceptados com autorização judicial mostraram o contador da campanha, Galbi Sandanha, em conversas com o senador José Agripino e o marido de Rosalba, o atual secretário-chefe do Gabinete Civil, Carlos Augusto Rosado, negociando a regularização de valores doados para a campanha dela e evidenciando um possível Caixa 2.

“Em sua última edição, IstoÉ revelou um esquema envolvendo a governadora Rosalba Ciarlini. Como mostrou a reportagem, interceptações telefônicas flagraram o presidente do DEM, senador José Agripino (RN), e o marido de Rosalba, Carlos Augusto Rosado, acertando detalhes de um financiamento de campanha ilegal. A partir do telefone do contador da legenda Galbi Saldanha, hoje secretário-adjunto da Casa Civil da governadora, funcionários aparecem fornecendo números de contas pessoais para receber transferências irregulares de recursos’”, apontou a revista na edição desta semana.

É importante lembrar que O Jornal de Hoje trouxe o assunto no início do ano, mostrando que as investigações estavam “arquivadas”, apesar dos áudios demonstrarem suficientemente o Caixa 2. Segundo a Istoé, as gravações já haviam sido enviadas à Procuradoria-Geral da República em 2009, mas desde então nada foi feito.

“O conselheiro do CNMP Luiz Moreira questiona os motivos que levaram ao arquivamento dos grampos. ‘Este é um exemplo da controvertida gestão de Roberto Gurgel’, diz Moreira. ‘Trata-se de uma falta de clareza de critérios, que faz com que se pense que ele atuava com parcialidade’. Não é a primeira vez que um parlamentar do DEM se beneficia da vista grossa de Gurgel. O ex-senador Demóstenes Torres, flagrado em escutas da operação Vegas da Polícia Federal, deixou de ser investigado pela Procuradoria Geral da República até a deflagração de outra ação da PF, a Operação Monte Carlo, que confirmou a ligação do parlamentar com o bicheiro Carlinhos Cachoeira”, acrescentou a matéria.

Do Jornal de Hoje

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