Só este ano, os custos econômicos com novos casos de câncer no mundo devem ficar em torno de US$ 305 bilhões. E, em 2010, o Brasil terá quase 500 mil pessoas diagnosticadas com a doença; precisamente 489.270 (incluindo o tumor de pele não melanoma, o mais comum e de melhor prognóstico), segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Nacional de Câncer (Inca).
Os números estão na análise “Estimativa 2010: Incidência de Câncer no Brasil”, publicado a cada dois anos. O que chama a atenção é que boa parte desses casos pode ser prevenida com medidas como a interrupção do hábito de fumar, melhor alimentação e prática de exercícios.
Por exemplo, com o controle do tabagismo, 30% dos cânceres, de um total de 375.420, seriam evitados, diz o Inca. Isso corresponde a 112.626 casos. Segundo o oncologista Cláudio Noronha, Coordenador de Prevenção e Vigilância do Inca, o envelhecimento populacional — a expectativa de vida, que era de 62,6 anos em 1980 será de 76,1 anos em 2020 —, tabagismo, consumo de álcool, vida sedentária, dieta rica em gordura e falta de proteção solar são melhores aliados da doença.
Uma dieta rica em frutas, verduras e fibras, e pobre em gorduras, já ajudaria a prevenir 35% dos cânceres, lembra Noronha. Em relação aos novos casos previstos no país, isso representaria 131.397 mil em relação ao valor total, excluindo não melanoma.
— Numa população de 190 milhões, o Brasil apresenta um índice de dois casos novos a cada mil pessoas por ano. Com o envelhecimento e a maior expectativa de vida entre as mulheres, o número é um pouco mais alto no sexo feminino — explica o médico.